A ditadura do poder executivo na Venezuela a serviço dos EUA

Maquiavel sugere ser o estado de guerra uma situação permanente na arte de governar: “A guerra é a única arte necessária para quem comanda.” (Maquiavel, O príncipe)

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É um clássico na história das sucessões presidenciais, criar um inimigo da Pátria, para unir opositores com o governo, para enfrentar o inimigo.

Mas que inimigo da Venezuela seria a pequena Guiana? A Guiana aparentemente não ameaça ninguém, com uma população de 294.000, economia US$.15,3 bilhões de dólares e forças armadas de 4.150 soldados. Contra uma Venezuela com 123 mil militares na ativa e grande potencial de armas de guerra. O número de soldados é 36 vezes maior do que o contingente da Guiana. Mas no entanto, a Guiana tem acordos de cooperação militar com os EUA e também tem um acordo de proteção com a Grã Bretanha. O acordo com os ingleses começa em 1953 quando a Guiana, obteve relativa autonomia e somente em 1966, o país proclamou a independência, no entanto permanece membro da comunidade Britânica. O que Maduro faz hoje com a Guiana – é um troco igual – do que a coroa Britânica fez com a Venezuela em 1887, quando lançou um mapa incluindo à sua colônia 167.830 km a oeste do rio Essequibo, para extrair ouro e outras riquezas.

Então só aqueles que no mundo, ainda não enxergaram que todos os países que tem grandes reservas de petróleo e outras riquezas são intensamente manipulados pelo Tio Sam, e ficam robotizados, através do maior controle da mídia mundial, que inclui as maiores redes sociais.

A Guiana além de ter grandes reservas de petróleo, em terra e no oceano (offshore), tem elevado potencial hidroelétrico (diversos rios com cachoeira) tem muitas reservas de minerais, tem muito ouro, molibdênio, cobre e nickel.

Os EUA, que não parece um país mas “uma firma S/A”, quando tem economia baseada em petrodólares desde 1985 (!) que é seu “lastro ouro”, teve a Grã Bretanha como sua “matriz” que deu origem a “filial” chamada Estados Unidos da América.

É só isso o que o Maduro vai enfrentar nesta possível guerra, são os “donos do mundo”, até que a China, Índia, Rússia, o “Sul Global” além dos povos árabes e outros, mudem a história.

Essas guerras, são muito bem idealizadas e colocam a CIA em permanente operação dentro dos maiores países que tem grandes reservas e produtores do ouro negro e outras riquezas. Aqui no Brasil conhecemos muito disso, desde a “Conquista da Amazônia: Rockefeller e o Evangelismo na Idade do Petróleo”, para quem quiser conhecer está história, poderá procurar o livro “Seja Feita a Vossa Vontade”, com 1095 paginas escrito por Colby e Dennett, livro que conta todas as operações, os lobbies e os planos secretos, o uso de missionários para os propósitos da CIA e interesses de empresários do Tio Sam, atendidos por ditadores da América do Sul, ou por meros presidentes corruptos de plantão.

Em 1964 não tínhamos um presidente corrupto, tínhamos o Jango, que defendia os interesses do Brasil e pretendia implantar a sua “Reformas de Bases”. Jango enfrentou essas forças e os EUA com a CIA operando, mandando até dinheiro da “Aliança para o Progresso”, para o General Golberi, distribuir para a “Liga das Senhoras Católicas”, levarem no seu colo a Igreja, para se somar aos militares que já eram reféns do Tio Sam e assim derrubaram o governo Brasileiro.

O ponto fatal foi quando Jango sancionou, em janeiro de 1964, a lei (aprovada em 1963) que limitava a remessa de lucros, em 10% para o exterior. Essa lei foi aprovada e patrocinada, no Brasil, pela FIESP cujos industrias de São Paulo sofriam para enfrentar as montadoras e suas fornecedoras que dominavam o mercado no Brasil. A CIA pagava deputados e senadores brasileiros para não deixarem passar a lei e a FIEP pagava para os deputados e senadores para aprovarem a lei. A lei foi aprovada e nem era do governo Jango, mas patrioticamente ele sancionou e por isso caiu 60 dias depois e a prova é: a primeira lei revogada pela ditadura militar foi justamente a lei da remessa de lucros, e foi isso que derrubou João Goulart.

Jango não era comunista, ele era um dos maiores latifundiários do Brasil e o próprio Lincol Gordan, que foi embaixador dos EUA de 1961 a 1966, disse quando voltou ao Brasil em 2001, para lançar o seu livro “Brazil’s Second Chance”.

Então não podemos deixar de pensar que tem o dedo da CIA, para motivar Maduro, que pode ou não saber que está sendo usado, mas também, a um ditador, isso pouco importa desde que continue no poder. Também que tem o dedo dos americanos para manipular a oposição na Venezuela, quando em 2019, Brasil e EUA reconhecem o líder da oposição Juan Guaidó como o representante legítimo do país.

Maduro deveria levar em consideração a história recente, para que a grande Venezuela, não morra nas mãos da Guiana que tem o menor exército do mundo (Aparentemente, sem colocar junto o dos EUA) e que só perde para o exército do Vaticano, que usa firma terceirizada para que – não roubem uma lágrima da virgem Maria – quando “ela chora” pela dor da fome no mundo ou mortes de crianças em guerra.

Primeiro está a serviço de seu “CEO”, o Tio Sam (invisível) para estimular guerras porque venderá armas para os dois lados e depois porque quer manter o petrodólares em alta, sem que outras moedas ameassem sua economia. A “firma”, que tem o “CEO” Tio Sam, fez isso no Iraque, fez isso na Líbia, fez e faz em vários países do mundo, e fez isso de forma diferente na Arábia Saudita e Kuwait, quando capturou o mundo árabe, tenta há anos derrubar o regime no Irã pós revolução , mas ali enfrenta os bravos descendentes do Império Persa e hoje não se imagina uma volta da influência americana naquele país.

Também na própria Venezuela vem fazendo isso desde Hugo Chaves que se aproximava do outro mundo, que o Tio Sam trata como inimigo, para ganhar dinheiro deste seu mundo. E depois em agosto de 2018, a Venezuela declarou que iria precificar seu petróleo em euros, yuans e outras moedas. A partir daí aumentaram os embargos contra a Venezuela, sobre a batuta do Tio Sam , dos seus 3,3 milhões de barris dia que a Venezuela produzia, ela conheceu o inimigo poderoso que derrubou mercado para seu tesouro que não passava de 400 mil barris dia. Como comparativo o Brasil só chegou agora em 2023 a 2,8 milhões de barris dia.

Voltando pra a Arte de Guerras, foi o que fez Benjamin “Bibi” Netanyahu, em Israel, que com certeza sabia dos planos do Hamas e deixou acontecer a tragédia daquele 8 de nov. de 2023 que ceifou 1440 vidas. Netanyahu usou a Arte da Guerra em seu benefício para não ser defenestrado do poder. Todo o povo israelense sabe disso, mas está unido, como é comum quando um inimigo assassina o seu povo.

Foi assim a Arte de Guerra, com a Margaret Thatcher que queria se reeleger em 1983 , e em 1982 virou a grande líder da pátria. A Dama de Ferro, montou um gabinete de guerra e o liderou , não hesitando em mandar uma força naval para o arquipélago das Malvinas, diante de pretender se manter no poder na Inglaterra e tirar das Malvinas os Argentinos, da mesma forma que os Generais queriam se manter no poder na Argentina.

Bush com a ajuda do Tony Blair montaram a mentira, para fazer a Guerra contra o Iraque que ajudou a reeleição de Bush (Relatada no livro Lawless Word de Philippe Sands). A mentira foi que o Iraque tinha armas biológicas e que estava prestar a usa-las. Bush convenceu o mundo que estava pronto para fazer o que fosse preciso para desarmar Saddam Hussein.

Agora chegamos em 2023 com Maduro, e a sua Arte de Guerra, elaborada por ele próprio, ou pela CIA, ou apenas com ajuda da CIA , “sem ele saber” (entre aspas) e sem a “oposição a Maduro saber” (também entre aspas).

Por Guilhobel A. Camargo – Gazeta de Novo

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Uma resposta

  1. Um artigo muito esclarecedor sobre o potencial de articulações do país do tio Sam!!! A Cia está presente no mundo, agindo sempre que se faz necessário manipular um governo, principalmente aqueles dirigidos por ditadores ou fragilizados por guerras ou pela miséria, tendo um solo rico em minerais e petróleo!!!!!

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