“Coração aflito pelo exílio insuportável”

Até o coração tem domicílio dentro do peito que bate. Assim como os pés, que carregam este coração, devem ter um domicílio na terra por onde pisam. Jamais expulsem famílias de suas casas. Eu já senti esse drama quando, em uma ação judicial rescisória – aceita pela justiça de forma ilegal, com a caneta de um desembargador corrupto do TJPR – tomaram minha casa em 1975. Casa que paguei com dinheiro fruto do meu trabalho e que paguei até o último centavo do valor financiado pela CEF.

Com esse sentimento de injustiça, mesmo depois de 48 anos, quero falar dos palestinos que só lhes restam hoje meia cidade de Gaza e uma Cisjordânia pisoteada e tomada pelos agricultores de Israel. O triste ano de 1948, quando o povo palestino teve que entregar 54% de seu território e suas casas aos seus vizinhos judeus, em locais que habitavam sem a necessidade de cometerem as atrocidades ocorridas nos últimos anos. Hoje, mais de 90% de seu antigo território foi ocupado pelo Estado de Israel, e a ONU nunca concedeu ao povo palestino o status de um estado soberano, embora tenha dado aos judeus um território que possibilitou a criação de sua pátria.

É inaceitável a crueldade dos ataques do Hamas ocorridos no dia 7 de outubro, onde centenas de pessoas foram mortas e outras 240 foram feitas reféns. Ao mesmo tempo, é incompreensível o exército de Israel ter matado milhares de pessoas de forma desproporcional nestes 30 dias. Foram mais de 11.000 palestinos mortos, incluindo 4.000 crianças. Isso é revoltante.

É triste ver que o mundo, após o terrível holocausto provocado pelo nazismo, onde milhões de judeus foram mortos, hoje, por seus próprios erros, com essa resposta cruel, torna mais uma vez crescente o antissemitismo. Hoje, todo o mundo reconhece que o responsável pelo apartheid da Palestina é o Estado de Israel, que continua seu ataque brutal com mais roubos de terras. Até países vizinhos de Israel, que apoiam o estado criado, estão criticando os ataques e mortes de milhares da população civil, mesmo sabendo que muitos deles servem de escudos para o Hamas.

Segundo o rabino Yisroel Dovid Weiss, porta-voz do Neturei Karta, o sionismo “rouba” o nome do judaísmo, afirmando que o movimento “não é uma religião”. “Nós somos brutalmente espancados: homens, crianças. Nós não somos um grupo militante, não portamos armas, nós permanecemos nas ruas de Jerusalém desde a criação do Estado de Israel e até mesmo antes. E nós dizemos que o sionismo não é judaísmo, eles estão roubando nosso nome, ele não é uma religião, é um movimento político falho e egoísta”. Ele que é judeu e fundador de Opera Mundi, o rabino Weiss disse que aqueles que defendem o movimento estão “insultando a inteligência do mundo”.

Olhando hoje para os números da guerra, cerca de 30 dias após o seu início com as milhares de mortes, incluindo crianças, mulheres, idosos, 84 funcionários da ONU, dezenas de médicos, funcionários de hospitais e jornalistas, o genocídio que todo o mundo está vendo em tempo real, um sentimento duro toma conta de nossos corações. Mais de 1.000.000 de pessoas foram expulsas de suas casas, mandadas para lugares onde aqueles que as recebem sofrem o pavor de suas chegadas, porque ali já há outro milhão de famintos sem luz, sem água e sem comida. É um caos de desumanidade sem igual na história.

Ninguém espera essas pessoas em lugar nenhum do mundo, exceto um número de pessoas que já saíram , e que eram de vários países, incluindo 34 brasileiros que podem sair hoje. Para onde irão esses 1 milhão de pessoas expulsas de suas próprias casas? Não é por menos que no dia de hoje aumenta consideravelmente o antissionismo e o antissemitismo no mundo, para dor de muitos judeus que não apoiam esta loucura de Israel, sob o comando de NETANYAHU.

PARA NÃO ESQUECERMOS NUNCA AS CONSEQUÊNCIAIS TERRÍVEIS DO HOLOCAUSTO QUE COMEÇARAM COM:
Nürnberger Gesetz, que foram um conjunto de leis antissemitas criadas pela Alemanha Nazi, em 15 de setembro de 1935 pelo Reichstag, numa reunião especial durante o comício anual em Nuremberg do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP).
A emigração era difícil pois os judeus tinham de pagar até 90 por cento dos seus bens como taxa para deixar o país.
Em 1938, já era difícil, se não impossível, os emigrantes judeus encontrarem um país que os aceitasse.
Os esquemas para as deportações em massa, como o Plano Madagáscar, mostraram-se impossíveis de realizar, e a partir de meados de 1941, o governo alemão, para não terem gastos, deu início à exterminação em massa dos judeus na Europa.

Por Guilhobel A. Camargo – Gazeta de Novo

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Uma resposta

  1. Toda essa desgraça e esse sofrimento interessam as grandes nações que detém o poder do armamento! Na grande maioria as indústrias bélicas são propriedades de judeus, espalhados pelo mundo e detentores de grandes fortunas!!!

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