Analisando o que Lula provavelmente defenderá, no discurso que fará dia 19, na ONU.

Os temas que enumero são os divulgados pelo Itamaraty, e o discurso de Lula tratará:

1- Novo modelo de governança global
2- Priorização do combate à fome e às desigualdades sociais
3- Transição energética.
4- Defesa da paz justa e duradoura no mundo
5- Defesa da Democracia

1 – “Novo modelo de governança global”
O presidente Lula tem expressado um pensamento claro em relação ao “novo modelo de governança global”. Ele já disse em Paris, e deve repetir, dentro do próprio prédio da ONU:
“Não podemos continuar governados por um sistema criado após a Segunda Guerra Mundial. Hoje a ONU não tem nenhum poder. É preciso mudar”

Lula acredita que é crucial para o mundo atual buscar um sistema mais equitativo e inclusivo, onde todas as nações, independentemente do tamanho ou poder econômico, tenham voz e participação ativa nas decisões globais.

Ele provavelmente destacará a importância de uma abordagem multilateral, onde as preocupações e necessidades de países em desenvolvimento sejam levadas em consideração de forma significativa.

Entretanto, Lula também pode enfrentar críticas das maiores potências globais, que podem ver esse posicionamento como uma ameaça aos seus interesses e influência predominante.

Essas críticas poderiam incluir acusações de que essa abordagem poderia enfraquecer a estabilidade global, criar mais burocracia e dificultar a tomada de decisões rápidas em momentos de crise. Além disso, as nações mais poderosas podem resistir à ideia de ceder parte de seu controle e influência nos órgãos de governança global em prol de uma distribuição mais equitativa de poder. Portanto, o pensamento de Lula pode gerar debates intensos e desafios diplomáticos em sua busca por um novo modelo de governança global mais inclusivo.

2 – “Priorização do combate à fome e às desigualdades sociais”
O presidente Lula deverá enfatizar o seu pensamento central de “priorização do combate à fome e às desigualdades sociais” como pilares fundamentais de uma agenda política mundial. Que os países com maior poder econômico devem cooperar com os países mais pobres, sobretudo da África, com investimentos e transferência de tecnologia. Ele certamente dirá que é dever do Estado garantir a segurança alimentar para todos os cidadãos e reduzir as disparidades socioeconômicas que historicamente afetaram o Brasil e afetam os países mais pobres.

No entanto, suas políticas e desejos podem enfrentar críticas das maiores potências globais. Alguns países, especialmente aqueles com orientação mais neoliberal, podem questionar a sustentabilidade financeira dessas medidas e a capacidade de governos de implementá-las sem prejudicar a estabilidade econômica.

Além disso, essas politicas podem trazer aos países mais pobre as preocupações sobre o impacto dessas políticas também na atração de investimentos estrangeiros.

Lula pode enfrentar críticas relacionadas a questões ambientais, especialmente se suas políticas de combate à fome envolverem o estímulo à agricultura e à pecuária, que podem ser vistas como ameaças à preservação da Amazônia e outros ecossistemas importantes. O governo que antecedeu Lula deixou marcas negativas neste ponto, mesmo o atual governo tendo recuperado parte das contribuições de países europeus, nada vimos de significativo da principal economia do mundo.

Portanto, embora o compromisso de Lula com o combate à fome e à desigualdade seja elogiado por alguns, ele também pode ser alvo de controvérsias e debates nas relações internacionais, à medida que tenta implementar suas políticas no Brasil.

3 – “Transição energética”
O presidente Lula, tem demonstrado apoio à transição energética como uma resposta crucial para combater as mudanças climáticas e impulsionar o desenvolvimento sustentável.

Lula deve voltar a dizer conforme o seu discursou, neste sábado (16) na cúpula do G77+China, em Cuba, e voltar a pedir que países em desenvolvimento tenham financiamento para transição energética.

O petista defendeu que este grupo (G77) “não tem a mesma dívida histórica dos ricos”. Lula deverá enfatizar a necessidade de investimentos em energias renováveis, como solar e eólica, para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e promover a criação de empregos verdes.

No entanto, as maiores potências globais podem criticar a abordagem de Lula em alguns pontos. Primeiro, podem questionar a viabilidade econômica da transição energética em países em desenvolvimento, especialmente em meio a desafios financeiros.

Segundo, podem apontar preocupações sobre como o Brasil equilibrará a proteção do meio ambiente com a exploração sustentável de seus vastos recursos naturais, como a Amazônia.

Por último, algumas nações podem se preocupar com o papel do Brasil na governança global sobre questões climáticas e como ele se alinhará com os esforços internacionais para reduzir as emissões globais de carbono.

Lula terá que navegar cuidadosamente por essas críticas e buscar soluções que conciliem os interesses nacionais com as expectativas globais em relação à transição energética e às mudanças climáticas.

4 – “Defesa da paz justa e duradoura no mundo”
O presidente Lula tem um histórico de liderança no Brasil e envolvimento em questões globais. Seu pensamento em relação à “defesa da paz justa e duradoura no mundo” é caracterizado por uma abordagem diplomática e cooperativa. No discurso do presidente feito na África do Sul, no mês agosto, na cúpula dos BRICS, em Joanesbuergo, disse que o Brasil quer contribuir com os esforços para um cessar-fogo imediato e uma paz duradoura na Ucrânia, não será diferente disso o que dirá na ONU.

Lula tem enfatizado a importância da diplomacia multilateral e do respeito ao direito internacional como pilares para a manutenção da paz no mundo. Ele acredita que as nações devem buscar soluções pacíficas para os conflitos e promover o diálogo como meio de prevenir conflitos armados.

Além disso, Lula defende justiça social como uma parte essencial da construção de uma paz verdadeira. Não acredito que sofrerá alguma critica por voltar a defender a paz, na próxima quarta feira 19.

5 – “Defesa da Democracia.”
O presidente Lula tem sido um defensor incansável da democracia ao longo
de sua carreira política. Em seu discurso na abertura da Assembleia-Geral da ONU, em 19 de setembro, é esperado que ele reitere seu compromisso com os princípios democráticos, destacando a importância da participação popular, da liberdade de expressão e do respeito às instituições democráticas.

No entanto, Lula também pode enfrentar críticas de diversos setores. Alguns opositores políticos podem questionar seu próprio histórico político, incluindo acusações de corrupção que foram levantadas contra ele no passado. Além disso, algumas vozes podem alegar que seu governo não foi suficientemente transparente ou eficaz na promoção da democracia durante seu mandato presidencial.

Lula, por sua vez, provavelmente argumentará que tais acusações foram politicamente motivadas e que ele sempre esteve comprometido com a democracia como um valor fundamental. Ele pode enfatizar seu papel na redução da pobreza e na promoção da inclusão social como contribuições significativas para a consolidação da democracia no Brasil.

No final, o discurso de Lula na ONU sobre a defesa da democracia provavelmente será acompanhado de um debate público robusto, refletindo a polarização política que existe em muitos países atualmente é duradoura, argumentando que a desigualdade econômica e social pode ser uma fonte de instabilidade global.

No entanto, Lula pode enfrentar críticas de algumas das maiores potências globais, especialmente aquelas que têm políticas mais assertivas no cenário internacional. Críticos podem argumentar que sua abordagem diplomática e sua ênfase no diálogo podem ser percebidos como ingênuos ou inadequados em face de desafios geopolíticos complexos, como conflitos regionais e rivalidades entre grandes potências.

Além disso, sua ênfase na justiça social e na redução da desigualdade pode ser vista por algumas potências como uma ameaça aos seus interesses econômicos.

Portanto, o pensamento de Lula em relação à paz justa e duradoura no mundo, embora seja baseado em princípios de cooperação e justiça, pode enfrentar resistência e críticas de atores internacionais com perspectivas diferentes sobre como alcançar esses objetivos.

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