A NOSSA VERGONHA DO 11 DE SETEMBRO DE 1973 NO CHILE


O DIA QUE O BRASIL FOI CÚMPLICE DOS EUA PARA DERRUBAR A DEMOCRACIA NO CHILE

Segundo vários documentos fornecidos pela Inteligência dos Estados Unidos, Chile e Brasil, só agora divulgados, revelam o papel do regime brasileiro (que já havia nove anos antes derrubado o presidente João Goulart), formando uma união, para minar a democracia e apoiar o golpe de Estado perpetrado por Pinochet, em 11 de setembro de 1973, no Chile.

Brasil foi o maior cúmplice dos EUA para depor o presidente Allende, e as provas da ação do governo do General Emílio Garrastazu Médici, estão em documentos de Inteligência divulgados pelo National Security Archive, com sede em Washington.

Uma reunião em dezembro de 1971, entre o então presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, e o líder da ditadura brasileira na época, general Emílio Garrastazu Médici, dentro da Casa Branca, discutiram a soma dos esforços para derrubar Allende, que chegou ao poder após as eleições perfeitamente democráticas de setembro de 1970.

Médici disse a Nixon que Allende seria deposto pela mesma razão que o presidente João Goulart foi deposto no Brasil.

Outro documento revelado pela CIA, sobre uma reunião entre altos funcionários brasileiros, observa que um deles acreditava que “os Estados Unidos obviamente querem que o Brasil ‘faça o trabalho sujo’ na América do Sul”.

Para o pesquisador brasileiro Roberto Simon, “o Brasil deu apoio direto e um modelo para a ditadura de Pinochet” e a imagem do regime militar brasileiro como um“‘fantoche de Washington’ totalmente alinhado com a superpotência regional é um mito e relega o Brasil a um mero papel subsidiário na região”.

Simon destacou que os militares brasileiros estabeleceram canais de comunicação com os oficiais chilenos que eram contrários a Allende e que agentes enviados pelo presidente Médice, tinham vínculos com o grupo paramilitar de extrema direita chileno denominado Patria y Libertad. Também que o Brasil obteve informação de Inteligência sobre os primeiros indícios de que um golpe era planejado, nos dias posteriores a 11 de setembro de 1973, o Itamaraty ajudou a junta militar chilena para apresentar o levante por um prisma mais positivo. Além disso, indicou que o governo brasileiro enviou agentes de Inteligência a Santiago para participar dos interrogatórios de prisioneiros no Estádio Nacional, onde ocorriam torturas e execuções nos moldes nazistas.

Duração os 17 anos da ditadura chilena, houve mais de 3.000 mortos e inúmeros desaparecidos e que 38.000 pessoas foram torturadas, segundo cifras oficiais.

No ponto de vista do historiador americano Peter Kornbluh, “estes documentos mostram que o Brasil foi um ator intervencionista independente no Cone Sul”, sendo que a ditadura militar brasileira tentou proteger seu próprio futuro, eliminando o modelo de uma via pacífica ao socialismopretendida por Allende para ajudar a instalar em seu lugar um “regime militar” repressivo que fosse aliado das Forças Armadas Brasileira.

Compartilhe nas suas redes socias!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *