Os Desafios do Acordo entre a União Europeia e o Mercosul

ouvir ^

Segundo analistas e comentaristas midiáticos, o principal obstáculo para a conclusão do acordo entre o Mercosul e a União Europeia sempre foi a resistência dos produtores agrícolas europeus, receosos da concorrência sul-americana.

Em 2019, os dois blocos concluíram um acordo de “Livre Comércio”, mas as exigências não foram aceitas pelo Brasil.

Nas normas da UE, apenas um voto negativo de um país do Velho Continente sobre um novo acordo entre as partes será suficiente para que o acordo não ocorra. Mesmo com o grande empenho de Lula, que realizou várias reuniões na Europa, hoje na Alemanha ouviu um “talvez” para o objetivo. Mesmo com, esse talvez de hoje, em Berlim, onde está com o premie alemão , Olaf Scholz, parece que o sucesso de Lula será muito difícil. No entanto essa viagem serviu para assinar 19 acordos de cooperação com a Alemanha, a maior parte trata de meio ambiente, bioeconomia e desigualdade sociais.

Um ponto recorrente nas matérias da imprensa europeia condena o acordo entre a UE e o Mercosul, abordando o dano ambiental causado pelo Brasil durante o governo Bolsonaro. Na realidade, estão defendendo os agricultores e a agropecuária, especialmente casos como o de Macron e outros políticos franceses que são ultra protecionistas. Quando Macron afirma que quem não quer o acordo são os agricultores franceses e de outros países que estão defendendo seus negócios, revela-se uma perspectiva diferente.

Além de Macron, há também a oposição do novo presidente da Argentina, que vai contra o que Lula está costurando na Europa. O atual acordo entre o Mercosul e o Mercado Europeu foi assinado pelo ex-presidente Macri, uma força política crucial para a eleição de Javier Milei. Milei, que assumirá em breve, é contrário a esse novo acordo defendido por Lula. Ele busca sair do Mercosul e estabelecer um acordo direto entre a Argentina e a União Europeia.

O governo Lula argumenta que a economia brasileira será fortemente impactada pela aliança que está construindo. A Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) estima um aumento do PIB brasileiro de US$ 87,5 bilhões para possíveis US$ 125 bilhões até o final da próxima década, considerando a redução das barreiras não tarifárias entre a UE e o Mercosul. No mesmo período, os investimentos no Brasil devem aumentar em cerca de US$ 113 bilhões, segundo a SECEX, e as exportações brasileiras para a UE deverão superar os US$ 100 bilhões até 2035.

Outras vantagens entre a UE e o Mercosul seriam estabelecer um vínculo político, econômico e cultural permanente que reduziria a discricionariedade na aplicação das políticas econômicas, bem como a melhoria da competitividade da economia, com maior acesso a bens e serviços, investimentos e eliminação de restrições.

Resta ao governo Lula a expectativa de que a Espanha, que assumiu recentemente a presidência do Conselho da UE e é favorável à conclusão do acordo, contorne a situação com a assinatura dos 27 países membros.

Por Guilhobel A. Camargo – Gazeta de Novo

Compartilhe nas suas redes socias!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *