O patriotismo

Imagem: Peggy_Marco/Pixabay

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O verdadeiro patriota transcende o jingoísmo raso, reconhecendo que a grandiosidade de uma nação não reside na desvalorização daquelas ao seu redor. O monopólio do patriotismo é uma ação de mentes estreitas e obtusas, cujas palavras são meros vômitos verbais destituídos de verdadeira compreensão cívica.

Só idiotas verbalizam sua tentativa em possuir o monopólio do patriotismo. São esses que em nome de patriotismo fazem as guerras no mundo e tentam derrubar governos eleitos pelo povo em sua própria pátria.

O patriotismo exagerado é a forma que tem os patifes de se apoiarem no que é mais caro em uma nação, para fazerem dele o seu glorioso refúgio, o refúgio dos covardes.
Nenhum cidadão justo pode pretender que o seu sentimento de patriota, torne o seu país melhor e mais altivo e importante que o país do seu vizinho.

Patriotismo na boca de alguns pode mostrar um nariz mais empinado que a altura de sobrancelhas robustas que cegam os olhos daqueles que são cheios de si mesmo.

Quando nos debruçamos sobre a história, percebemos que o excesso de patriotismo muitas vezes serviu como justificativa para guerras desnecessárias e para a derrubada de governos eleitos democraticamente.

Esses patriotas exagerados encontram no fervor nacionalista uma cortina para suas ações desmedidas, obscurecendo a visão de uma convivência local ou global mais equitativa.

A verdadeira essência do patriotismo não repousa na sobreposição de uma nação sobre as demais, mas sim na construção de um ambiente onde todos os cidadãos, independentemente de sua origem, possam coexistir em paz e harmonia. O conciliador, o verdadeiro patriota, compreende que a grandeza de uma nação está em sua capacidade de construir pontes, não muros.

O patriotismo é tão sensível que no coração de um imbecil, que age por emoção sem usar a razão, é a maior arma para a xenofobia que alimenta a aversão para uma pessoa só porque ela é de outra nação.

Um forte remédio para acabar com as guerras entre pátrias, seria calar o patriotismo por demais apaixonado – que encontramos até nos hinos dos países – que exaltam os usos de armas para se defenderem dos outros povos com quem têm diferenças.

O patriotismo é o maior vicio dos militares que sobrevivem do argumento da defesa patriótica da sua pátria, que lhe dá promoções em salários e medalhas porque matou um outro soldado que nada fez contra ele.

O verdadeiro patriota é o conciliador, aquele que pacifica e torna a convivência mais humana.

A crítica à militarização excessiva em nome do patriotismo é particularmente válida. O militar que se embriaga nesse vício é aquele que encontra sua ascensão em atos belicosos, muitas vezes distantes da verdadeira defesa patriótica. A promoção e as medalhas concedidas por mortes infundadas apenas perpetuam um ciclo de violência que compromete a nobreza do patriotismo.

Em última análise, o verdadeiro patriota é um pacificador, alguém que compreende que a verdadeira grandiosidade de uma nação não reside em seu poder militar, mas na maneira como trata seus cidadãos e se relaciona com o mundo.

O patriotismo, quando cultivado com sabedoria, é a antítese dos preconceitos e do racismo, promovendo a harmonia na convivência entre os diversos.

Por Guilhobel A. Camargo – Gazeta de Novo

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