O epidêmico avanço dos golpes digitais no Brasil

A alarmante marca de 365 milhões de tentativas em 2023 revela uma epidemia de fraudes.

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Vivemos em uma era digital, onde a tecnologia proporciona inúmeras facilidades, mas também abre portas para criminosos que exploram a ingenuidade e confiança das pessoas. De acordo com dados recentes do site eInvestidor, o Brasil alcançou o preocupante título de “campeão mundial de golpes por meio digital,” totalizando cerca de 365 milhões de tentativas ao longo do ano.

Um dado assustador que merece destaque é que, somente no primeiro trimestre de 2023, foram registradas mais de 2.800 tentativas de fraudes financeiras a cada minuto. Os principais alvos dessas ações criminosas são as pessoas físicas, que muitas vezes se veem vítimas de quadrilhas que operam nas sombras virtuais.

A engenhosidade dos criminosos atinge níveis surpreendentes, e o modus operandi muitas vezes envolve a captura de dados e senhas de cartões de crédito e contas bancárias. Um exemplo corriqueiro é o uso de datas comemorativas como isca, onde golpistas oferecem brindes tentadores, explorando o fascínio humano por presentes.

O golpe atinge seu ápice quando um suposto entregador aparece na porta da vítima, alegando cobrança de taxa de entrega. A partir desse momento, o malandro utiliza artifícios diversos para confundir a vítima, seja manipulando a máquina de pagamento para cobrar valores exorbitantes ou copiando a senha do cartão.

A estratégia se torna ainda mais eficaz com a comunicação prévia por meio de ligações, onde os golpistas, de posse de dados ilegalmente obtidos, informam sobre a entrega iminente do presente. Essa tática, somada ao uso de informações pessoais, cria um ambiente de confiança que facilita o sucesso do golpe.

O cenário se agrava quando observamos a postura dos bancos, que, segundo especialistas, têm se recusado a estornar valores referentes a pagamentos de entregas ou compras. Alegam que o cliente, ao digitar a própria senha, assume a responsabilidade pelo ocorrido. Esta posição dos bancos acaba deixando as vítimas em uma situação delicada, sem o ressarcimento de valores indevidamente retirados de suas contas.

Em meio a essa epidemia de golpes digitais, é crucial que as instituições financeiras adotem medidas mais proativas para proteger seus clientes. Da mesma forma, é imprescindível que a população esteja alerta, adotando práticas seguras ao realizar transações online e, sempre que possível, denunciando atividades suspeitas.

O Brasil, em seu avanço tecnológico, não pode permitir que o título de “campeão mundial de golpes por meio digital” seja uma marca indelével. A segurança digital é responsabilidade de todos, e a conscientização é o primeiro passo para combater essa crescente ameaça que assola nosso país.

Por Guilhobel A. Camargo – Gazeta de Novo

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