Humilhação sem fim

Por Felipe Rauen

É muito difícil escrever de modo racional quando se está sob sentimento de humilhação, submissão e uma dor na alma que parece uma dor física.

Mas vamos lá, desde já pedindo escusas se por acaso não me contiver nas palavras.Depois da derrota contra o Fortaleza, com as patéticas apresentações do Gabriel e do Robson, pensei, como consolo, que era impossível o Coritiba se sair pior do que foi naquela noite.
Lego engano, o Coritiba ontem mostrou que para nós o poço não tem fundo, a cada decepção se sucede outra. Uma apresentação vergonhosa e humilhante.
Depois de dezoito dias treinando em uma espécie de resort – afinal, nossos craques têm que ter ambiente à altura de suas “qualidades” – vimos o Coritiba entrar em campo parecendo promissor, em que pese a errada escalação do Kaio Cesar e do Robson com o Marcelino no banco, pois em menos de dois minutos fizemos um gol, o que parecia prenuncio de sucesso.
Mas qual o quê, a nossa já atrapalhada defesa – agora a mais vazada do campeonato – contou com a ridícula participação de um goleiro que talvez nem em time de colégio jogasse. Esse rapaz não pode jogar mais no Coritiba, nem no banco figurar, deve ter seu contrato rescindido ainda que o custo não compense. Aliás, um parêntese, há quanto tempo não temos um goleiro confiável?
Saímos do jogo mais uma vez humilhados, pisoteados, objeto de chacota de todos. O time está “na capa da gaita” e não se tem como vislumbrar qualquer esperança de que se redima.
O plantel é muito fraco, montado por quem parece não entender de futebol, a efetivação do treinador se mostrou um erro embora a esperança inicial de que seria diferente, as energias ou rezas do feng shui não deram certo, servindo apenas para mostrar que para quem está se afogando jacaré é tábua de salvação. Há poucos dias contratamos um motivador, que deve ter muito trabalho, pois deve ser difícil motivar quem ganha salários de três dígitos mensais… Enfim, praticamente nada de positivo ocorreu neste ano que já se anunciava ruim desde a eliminação precoce no campeonato estadual e nenhuma correção de rumos positiva aconteceu desde então.

Lamento não ser otimista com alguns tentam ser, mas a realidade não permite que o seja.
Esse é o pior time da história? Talvez, mas isso não é certeza, tantos foram os maus times que nos entregaram nos últimos anos. Mas é certo que, consideradas as condições financeiras e expectativas favoráveis que delas vieram, certamente é o pior.
O que nos resta é torcer para que o ano acabe logo e que quem detém o poder no Coritiba reflita e sinta que a dupla Amodeo e Arthur não sabe o que está fazendo com os valores astronômicos de que dispõem e do potencial da torcida do Coritiba que, em que pese a humilhação, marca presença média de vinte mil torcedores a cada jogo.
( Felipe Rauen, juiz aposentado no RGS, para onde se mudou em 1977. Divide até hoje o seu coração com saudades de Curitiba. Nessa condição acompanha o que ocorre em sua terra natal, com ênfase no futebol o Coritiba F.C. Mantém o blog “Bola de Couro” desde o ano de 2009, onde escreveu o texto).

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