A natureza humana tem sido marcada por um instinto primitivo que leva o homem a matar.
O Brasil é campeão no ranking de países com mais homicídios em números absolutos, com mais de 45 MIL homicídios por ano. Bem próximo do Brasil vem a Nigéria que aparece em segundo lugar, com 44 MIL homicídios e a Índia está em terceiro lugar, com 41MIL homicídios.
Este comportamento, revela-se em diversas formas, muitas vezes sob a justificativa da sobrevivência diante da falta de qualificação para o trabalho indo buscar no crime a solução de interesses pessoais. Ao explorarmos este tema, percebemos a complexidade e a multiplicidade dos motivos que impulsionam a morte diante da vida, não só aqui no Brasil mais em todo o mundo.
O homem, em primeiro lugar, mata para comer.
Esse instinto básico é uma herança ancestral, uma necessidade de sobrevivência que se perpetua ao longo das gerações. No entanto, essa prática se desdobra em uma série de justificativas que vão além da mera satisfação do apetite.
O homem mata para conquistar o poder, mata para eliminar rivais e se envolve em guerras que têm como único resultado a devastação de vidas e o sofrimento de inocentes. Para muitos, o poder é um troféu que justifica as mais cruéis ações até matando crianças dentro de escolas e doentes internados em hospitais.
Isso está acontecendo em Gaza onde mais e 43 mil pessoas já foram mortas e a notícias não param de nos surpreender. .
Hoje 19/08/2024, cem (100) pessoas (crianças, mães e pais e avós) foram mortos, por ordem de Netanyahu em uma escola de Gaza, bem durante o horário das orações onde havia grande concentração de pessoas dentro do prédio.
O primeiro ministro Nitanyahu ( na Bíblia Netanyahu é o nome de Ismael, cujo filho matou Guedália que era governador de Judá) , para se manter no poder, também inunda prédios com o sangue de crianças, – que coloca uma desculpa de muitos séculos passados – para eliminar ameaças ao território que dominou além daquele que a ONU já havia concedido a Israel em 1948.
Israel mata, outros homens de outras pátrias também matam, para dominar um território que muitas vezes não lhe pertence por direito, mas que é considerado um símbolo de status e controle. E assim, a ambição e a ganância se entrelaçam na dança mortal do poder.
Matar também se torna um ato cotidiano na busca por bens materiais. O homem pode tirar a vida de outro homem para roubar, para obter riquezas que se transformam em um fardo de remorso ou em um prêmio ilusório.
A caça, que em sua essência poderia ser uma atividade ligada à sobrevivência, muitas vezes se transforma em esporte.
Aqui, a questão ética é colocada em xeque: como celebrar a morte de seres sensíveis em nome do entretenimento?
A proteção dos que amamos é um impulso nobre, mas, paradoxalmente, o homem também mata por amor.
Mata para defender um ente querido, em um ato impulsivo que pode levar à tragédia.
Em algumas instâncias, esse amor torna-se possessivo, resultando em casos onde o homem elimina a própria pessoa amada, tragédia que se repete em muitos lares, ocultando-se sob a máscara de ciúmes e desespero.
A morte se torna parte das disputas que ocorrem também no trânsito, onde uma fração de segundo pode transformar motoristas em assassinos.
O estresse das ruas nas grandes cidades e a frustração na condução geram conflitos mortais que têm como vítimas aqueles que apenas estavam atravessando o dia, inocentemente.
O meio ambiente também não escapa da brutalidade humana. Mata-se por interesses econômicos, pela exploração desenfreada das riquezas naturais, levando à extinção de espécies e à devastação de habitats. O homem, em sua ânsia por progresso, transforma a terra em um cemitério de árvores, rios e seres vivos que um dia foram parte de um ecossistema vibrante.
O preconceito e a intolerância são sementes que frutificam em morte. Mata-se por raça, por origem, por opção sexual ou por crença religiosa. O ódio que se alicerça em diferenças transforma a sociedade em um palco de tragédias evitáveis. A história está repleta de genocídios, massacres e discriminações que se originam da incapacidade de aceitar o outro.
Nos dias atuais, o ato de matar encontra novas plataformas nos jogos eletrônicos, onde a violência se insinua como um entretenimento banalizado. Enquanto jovens se conectam em mundos virtuais, a morte torna-se um ato sem consequência, desumanizando aqueles que a consomem como um passatempo.
Tudo isso nos leva a refletir:
somos realmente humanos ou apenas animais que matam para viver?
A brutalidade, a ambição e o egoísmo têm prevalecido sob a luz da humanidade, desafiando-nos a buscar um significado mais profundo para a vida.
A busca por um futuro mais pacífico passa pela consciência de que matar não deve ser uma resposta, mas sim um grito por mudança.
A transformação da nossa natureza humana começa quando reconhecemos que a vida e a empatia são os verdadeiros pilares da coexistência.
E voltando especialmente para o nosso Brasil que é o maior país católico no mundo, tenho que lembrar aqui umas passagens bíblicas que aprovam a morte:
“Se o ladrão for achado roubando e for morto, o que o feriu não será culpado do sangue” (Êxodo 22:2).
“Servos, estejam sujeitos a seus senhores com todo o medo, não apenas para os bons e gentis, mas também para os perversos”. Pedro 2:18
“Aquele que fere seu escravo ou escrava com uma vara, e eles morrem sob suas mãos, será culpado do crime. Mas se a parte permanecer viva por um dia ou dois, ele não estará sujeito à punição, porque é seu dinheiro”. – Êxodo 21: 20–21
“Mas, se a acusação for verdadeira, tendo-se verificado não ser virgem a jovem, ela será levada até a entrada da casa do pai e os homens da cidade a apedrejarão até à morte, por haver cometido uma infâmia em Israel, prostituindo-se na casa paterna. Assim eliminarás o mal de teu meio” – Deuteronômio 22: 20–21
“Se um homem se casou uma donzela que é virgem, e alguém a encontra na cidade e se deita com ela…
Tu os levarás à porta da cidade, e serão apedrejados: a moça, porque não chorou, estando na cidade: o homem, porque humilhou a mulher do seu próximo. E tirarás o mal do meio de ti” – Deuteronômio 22: 23–24
“Mas se foi no campo que o homem encontrou a jovem noiva e lhe fez violência, só o homem que a violentou deverá morrer. À moça, porém, nada farás. Ela não cometeu um pecado digno de morte” – Deuteronômio 22: 25–26.
Por Guilhobel A. Camargo – Gazeta de Novo
Uma resposta
A violência faz do homem um ser irracional!!!! A sede de poder e a ganância transcendem sua humanidade!!! Apesar de tantas conquistas da ciência e do conhecimento geral, nada muda quando a questão é ganhar a qualquer preço, seja aonde for e mesmo que seja necessária a violência!!!!!