Bolsonaro Assistirá Hoje à Comemoração de Sua Derrota em Brasília

Ele esteve perto do sucesso na tentativa de golpe em 08 de janeiro, assim como Trump em 06 de janeiro.

Deus Jano, deus dos inícios, das decisões, das escolhas e que deu nome a janeiro. Você que tem o poder de todos os inícios, para onde nos levará agora?

Políticas de ideologias de direita e de esquerda se alternam no comando de diversos países no mundo, devido à técnica utilizada pelas oposições: questionar o governo que está no poder.

Irei me ater a esta opinião apenas no fato mais recente no Brasil, onde a direita conseguiu estar no poder por quatro anos neste século. Tendo no comando uma figura obtusa, oriunda do pior quadro do exército nacional, um ex-capitão que, defenestrado das Forças Armadas, tornou-se também o pior quadro da Câmara Federal por 28 anos e, por fim, chegou a presidir nosso país, onde também foi defenestrado para um segundo mandato.

Primeiro, é preciso dizer que “o povo padece em qualquer regime de governo” – porque nunca houve um homem justo que se tornou governante. Um homem justo não faz acordos com outros homens que não sejam virtuosos. Assim, ele nunca chegará ao poder em uma democracia, que é feita de acordos espúrios entre políticos safados.

De maneira geral, o povo é constituído, na sua maioria, por indivíduos sem instrução mais apurada em conhecimentos filosóficos e saber histórico. Com esse perfil, são a maioria dos eleitores existentes no país, e são eles que decidem eleições.

Quanto mais os seus pensamentos estiverem confinados ao que faz – para a sua sobrevivência – pessoas são levadas para sonhos de aquisições materiais. São inocentes úteis e medíocres; poucos deles conseguem compreender que estão sendo conduzidos para um caminho de serem apenas robôs dos poderosos.

Métodos como os usados por Hitler, que deveriam estar ultrapassados, no entanto, mesmo com poucos plágios ainda valeram para colocar a extrema direita no poder em 2018.

Mentiras foram repetidas mil vezes usando o nome de Deus, pátria, família e liberdade. Sempre combatendo a ideologia que estava exercendo o poder até 2018, que foi enquadrada por Bolsonaro como subversiva, unindo argumentos para discursos mentirosos como sendo terroristas os de ideologia da esquerda.

Tudo foi usado para diminuir a lucidez do eleitor e desviar seu foco. Criaram uma nova esperança ilusória para arrebanhar eleitores. Assim é feito com bezerros, que devem ser vigiados de perto, e unindo muitos outros a um rebanho que se transformam em gados. Foi feito isso no Brasil nas eleições de 2018 e nos quatro anos seguintes tentando manter os bolsogados unidos. Ridicularizar o adversário, sufocar o adversário, com o uso massivo de fake news diárias, como um mantra, foi a estratégia usada. Mantra como é feito repetidamente pelos fiéis de certas correntes budistas e hinduístas, que levam à paz. Aqui foram usadas para tentar levar Bolsonaro ao poder novamente e para conquistar adesões para um golpe, em uma derrota que as pesquisas anunciavam.

Impossível tal plano ter acontecido por mente de um político imbecil, com filhos com cabeças primárias, mas quase foi possível completar o golpe, porque Bolsonaro teve muitas ajudas.

Ajuda da maçonaria, que tem em suas lojas mestres com notório saber; igrejas com padres e pastores com expertise de controlar rebanhos; militares com índoles golpistas dentro de uma caserna com histórico de dezenas de golpes (vide minha opinião de 15 de novembro passado)

Foi usado de tudo para uma anestesia social, e não há nada melhor do que transformar em escárnio tudo o que tem valor elevado. Mantiveram, com isso, um constante elogio à frivolidade e prometeram, com euforia, usando publicidades, que trariam um novo padrão da felicidade humana com a proteção de um deus e um novo modelo de liberdade. Que teriam ganhos materiais foi o que jogaram na cabeça do rebanho, sem cultura adequada, dando a sensação de que todos poderiam se tornar capitalistas e ricos, e que, por isso, deveriam estar na ideologia de extrema direita.

No poder como chefe do executivo, Bolsonaro deixou o Congresso nas mãos do Centrão, governar o país usando até um orçamento secreto. Bolsonaro só tratou da preparação do golpe durante os quatro anos, distribuindo verbas até para caminhoneiros. Foi por muito pouco que não conseguiu sua reeleição. Copiou muito do que fez Trump nos EUA, usando até o termo “patriotas” para os acampados na frente dos quartéis. Bolsonaro foi levado por outros interesseiros durante os quatro anos de governo, com seu desejo de se perpetuar no poder:

Teve a bênção dos religiosos que recebiam suas benesses (Malafaia, Edir Macedo, Waldomiro, Rodrigues e outros).
Acampamentos patrocinados por empresários e militares que forneciam água, luz, internet, banheiros e proteção contra qualquer tentativa de serem desmobilizados por administrações estaduais ou municipais.
Após criado o rebanho de bolsogados, tinham o nome do seu ditador para chamar de Mito, apelido da infância do “Coiso” que roubava “parMito”.
Ele tinha apoio armado de CACs, do ministro da Marinha, de boinas vermelhas, muitos militares e militantes bolsonaristas armados, todos dando apoio durante os quatro anos de governo.

  • Os auxiliares mais preparados de ministérios e dentro do Palácio do Planalto, cuidavam do roteiro do golpe, para ser dado no final do primeiro mandato. Construíram e documentaram até uma minuta do golpe
  • Bolsonaro teve uma rede de empresário e de pessoas físicas que financiavam e elaborando tudo previamente, até em reuniões em redes de WhatsApp.
  • No esquema do golpe tinha terroristas financiados e super armados, que foram a Brasília para explodir o aeroporto
  • Teve engajamento de membros da cúpula de Policia Rodoviária Federal – que usaram seu poder dentro das rodovias, em vários casos, principalmente no Nordeste, – evitando que vários ônibus mesmo de linha e lotados, fossem impedidos de levar eleitores.
  • Com a ABIN compraram sem licitação, em Israel, o programa espião “FirstMile” que grampeou mais de 30.000 celulares de adversários políticos, juízes, advogados, jornalistas etc..
  • Tinham cumplicidades com parte da imprensa e de jornalistas que recebiam para divulgar suas fake news. Veículos como a Gazeta do Povo, Jovem Pan, Rede Record, Band, Revista Oeste, etc eram pró-golpe, cobrindo e defendendo os argumentos do golpe em andamento.
  • Tinham governadores solidários ao golpe, influindo em seus estados junto a comandados.
  • Tiveram várias iniciativas com parlamentares da base e simpatizantes para afastar, prender e até matar ministro do STF.
  • Havia trilha sonora do golpe em vídeos e em cantos nos acampamentos pelos ditos patriotas. Veja o vídeo gravado por mim em 24 de dezembro de 2022 , apenas 15 dias antes da tentativa do golpe em 8 de janeiro, e publicado no meu Facebook.
  • Em 7 de setembro de 2021, o ex-presidente Bolsonaro em um ato na Avenida Paulista, incitando o povo a desobediência judicial, disse : “….que qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes este presidente não a cumprirá”.

Durante todo o ano de 2023, entre os que se auto denominavam patriotas, mais de mil foram presos e 30 deles já forma condenados. Agora será a vez de seus financiadores que muito em breve serão presos. Também políticos solidários e organizadores do golpe irão se encontrar atrás das grades. Pastores e imprensa comprada que também tentaram colocar na cabeça de ignorantes incentivos para dar o golpe, sofrerão as dores do descrédito. Este povo sem noção, para o que fizeram tentam convencer “indivíduos do planeta Netuno e de Marte” que tudo foi montado pelo governo Lula, que com apenas 8 dias na presidência queria explodir seu próprio governo! A insanidade de uma pessoa é encarada como doença mental, mas quando muitas pessoas deliram juntas, trata-se de um rebanho, gados que são chamados de bolsogados. Pessoas capturadas por pastores ou por um projeto de ditador, que de ladrão de “parmito” (CIC do interior de S.P) passou a ser chamado de “Mito”. Repetem o Trump que nunca abandonou a narrativa em dizer ter sido o vencedor das eleições de 2020, contra Biden. Bolsonaro faz o mesmo em relação às eleições de 2022, que perdeu para Lula.

A pesquisa Quaest divulgada neste domingo, 7 de janeiro, demonstra que 8 em cada 10 pessoas desaprovam o ataque de 8 de janeiro, onde 4 delas em cada mil não souberam ou não quiseram responder, e 6 dizem aprovar os ataques. Esses 6, transformados em eleitores (124.252.796 votaram para presidente) nas últimas eleições, representaram um rebanho de 7.455.149 milhões de eleitores imbecis que ainda apoiam o golpe. Uma adesão que não é racional, é emotiva e foi levada a esse ponto por repetição de mentiras.

Segundo o texto aprovado pela comissão da CPI do 8 de Janeiro, “a invasão e a depredação dos prédios públicos seriam apenas o estopim. A anarquia se espalharia. O Brasil se contagiaria. A República cairia”. Para a senadora Eliziane Gama, relatora da CPI, o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro “foi autor intelectual e moral” dos ataques perpetrados contra as instituições que culminaram no dia da intentona da extrema direita. Conforme a parlamentar apresenta nas conclusões do relatório da CPMI, o ex-mandatário “usou seus seguidores” para tentar “escapar aos próprios crimes”.

Por Guilhobel A. Camargo – Gazeta de Novo

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Uma resposta

  1. Artigo que relata com muita propriedade, pelo conhecimento histórico de seu autor, as ações da extrema direita neste dia aonde a democracia venceu o nazifacismo em nosso país!!!!

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