Até as datas são iguais e a tribo atingida tem as mesmas fraquezas.
NOS EUA– Ambientada em Oklahoma, durante a virada do século 20, a trama conta a história de uma conspiração de homens brancos para eliminar, despachar para o inferno membros da tribo indígena “Osage”.
NO BRASIL– Ambientada em Curitiba, durante a virada do século 20, a trama conta a história de uma conspiração de homens brancos para eliminar, despachar para o inferno membros da tribo dos habitantes de rua “Os desabrigados”.
Você pode estar pensando “o filme fala em lua das flores e o que Curitiba tem é rua das flores” – e eu direi que na lua não tem flores, onde tem flores são as ruas e praças das cidades.
E mais;
O escritor David Grann desviou o local dos assassinatos que foram, em ruas e terras de Oklahoma, para dar uma conotação dramática e sombria à sua história retratada no filme que concorre ao Oscar neste domingo, 10 de março.
O livro de David Grann, que é a base do filme, também vem como título “O assassino da…” já o filme vem com o título “O assassinato”, pelo menos é assim a tradução que a imprensa divulga.
A história do filme acontece na tribo indígena de Osage, uma terra rica em petróleo, seria como a nossa Curitiba rica em parques e ruas de árvores e flores que tem sido limpo pela administração municipal retirando os moradores de rua como se fossem “lixo que não é lixo”.
A prefeitura de Curitiba leva essas pessoas sofridas para serem recicladas em bairros distantes do centro ou para cidades de outros estados para serem trituradas e jogadas, não sabemos onde.
Também a mudança de nome, inclusive no próprio livro do David, de -“Lua” no lugar de “Rua” – é para deixar na escuridão das noites escuras cobertas de nuvens ou luas minguantes, quando o céu fica mais escuro.
Da mesma forma, é como o alcaide de Curitiba, que este ano termina seu segundo mandato, deixa o céu, que é o Paraíso para os crentes, quando joga esses sofridos seres até na fome, como já pretendeu ao tentar aprovar uma lei que multa em R$550,00 quem dá um prato de comida para um faminto de rua.
O filme trata dos assassinatos a partir de circunstâncias misteriosas na década de 1920, assolando os membros da tribo Osage, acaba desencadeando uma grande investigação envolvendo o poderoso J. Edgar Hoover, considerado o primeiro diretor do FBI.
O nosso alcaide não está longe de ser, no tema “moradores de rua”, o nosso J. Edgar Hoover do século XXI.
Para os que desejarem conhecer mais sobre J. Edgar Hoover, o ator e diretor Clint Eastwood fez um filme em 2012 que retrata a vida do ex-diretor do FBI, com seu companheiro. Este outro filme criou polêmicas nos EUA ao retratar a vida do ex-diretor do FBI Hoover e focar a narração na relação homossexual de Hoover com seu namorado de longa data.
Recentemente, em outra opinião com o título “O catador de latinhas e os políticos que não gostam do cheiro de pobre” (CLIQUE SE DESEJAR LER A OPINIÃO), relatei sobre a política do alcaide Greca que quer emplacar seu vice, Pimentel, como seu sucessor nas eleições deste ano.
Trago aqui dois trechos da opinião que mencionei no parágrafo anterior “que casam” com essa comparação do filme do diretor Martin Scorsese, O assassinato da Lua das flores:
“…Andando pelas calçadas de Curitiba, que é bela para o povo que vem de fora e passeia nela, pensando até que ela é a melhor do mundo, enganam-se em muito. A verdade é que não é bem assim, como ela é revelada nas mídias pagas pela prefeitura. Ontem, em uma dessas calçadas, conversei com um catador de latinhas. Depois de algumas outras considerações – que farei – voltarei a falar do catador de latinhas. Um pueril engano que a propaganda sobre os tubos do metrô de superfície, belos parques e coleta de lixo inteligente esconde. Ela esconde a pobreza das periferias e como trata os habitantes de rua. A verdade sobre o sofrimento de muitos – e o comportamento de seus habitantes mais abastados – é que o coitado do pobre que anda com roupas sujas nas calçadas é descartado com o lixo. “O lixo que não é lixo”, ou seja, o pobre, o morador de rua é como a garrafa pet, a latinha e outros lixos que podem ser triturados e colocados em outros lugares e até enviados para outras cidades.,,,”
E MAIS ESSE TRECHO:
“…Em 1º de abril de 2021, o prefeito Rafael Greca, e seu vice candidato a prefeito, enviaram um projeto de lei para multar em até R$550 quem distribuir comida para um pobre de rua. Felizmente pressionado pela mídia até de fora do estado, ele recuou do propósito. Mesmo desistindo da lei da multa, ele reagiu em cima das organizações que tocam um programa não governamental chamado Mesa Solidária. No ano passado, vereadores de Curitiba – câmara que o prefeito Greca detém a maioria – pediram o fim do programa para pobres em Curitiba. Os vereadores argumentam que a distribuição de alimentos na região central atrapalha comércio na região central. Um dos vereadores líderes do movimento disse que “o Centro da cidade ‘não é lugar para esse tipo de iniciativa, que deveria ocorrer, por exemplo, dentro da Vila Torres. A argumentação higienista afirma que, além de prejudicar o comércio, isso estimula o surgimento de “pessoas más” na região central! A verdade é que o atual prefeito Greca tem ignorado por completo essas pessoas, que não estão tendo acesso a direitos básicos, e pasmem, ele já disse uma vez que tem horror ao “cheiro de pobre”. Não é a primeira vez que aconteceu no começo de janeiro de 2024, quando a Prefeitura de Balneário Camboriú (SC) fez uma acusação em um vídeo, gravado por um integrante da Abordagem Social, serviço de assistência da Secretaria de Desenvolvimento e Inclusão Social de Balneário Camboriú, no perfil oficial da equipe no Instagram DENUNCIANDO QUE CURITIBA PAGAVA O ÔNIBUS PARA MORADORES DE RUA IREM PARA CAMBORIU. Já a Prefeitura de Balneário Camboriú nega mesmo que admitindo que a equipe que divulgou o vídeo, com a acusação, faça parte de uma secretaria da Prefeitura e o vídeo em questão tenha sido publicado na rede social dessa equipe. A Prefeitura de Camboriú afirmou que está investigando o caso. A Fundação de Ação Social (FAS) de Curitiba, órgão que presta o mesmo tipo de serviço na capital paranaense, disse que não emitiu nenhuma passagem com destino a Balneário Camboriú, para o mês de janeiro. Mas e em dezembro de 2023, ou outros meses, teriam mandado emitir passagens para os moradores de rua mudarem até de estado? É a pergunta que fica…”
Diante destes fatos, você agora pode concluir porque eu digo que:
Curitiba será muito lembrada nos OSCAR deste domingo, com o filme “O assassinato da lua das flores”
Por Guilhobel A. Camargo – Gazeta de Novo