Soberania é independência total, sem qualquer interferência externa

A soberania de um país é um dos pilares fundamentais do Estado moderno, representando a liberdade e a autonomia de uma nação para determinar seu próprio destino, suas leis e seu desenvolvimento.

Trago este tema diante das recentes interferências de um CEO/presidente dos Estados Unidos, – instigado por inomináveis antipatriotas brasileiros, com inúmeras fake News, saídas da Casa Branca, – que na verdade é a sede de uma firma “que se denomina estados unidos” para propósitos de poder com acumulo de “dólares de todo os seres do mundo”.     

Defender a soberania – como tem feito o presidente do Brasil, seus ministros, o Congresso Nacional e ministros do Supremo Tribunal Federal – é, portanto, afirmar o direito de cada pátria de existir e agir de acordo com suas próprias tradições, valores e interesses, sem imposições externas ou intervenções injustas.
No entanto, ao longo da história, muitos têm questionado se a busca por poder justifica a prática de injustiças e violações da soberania de outros povos.

Platão, em sua obra “A República”, levanta uma questão que permanece atual:
até que ponto a busca por poder justifica ações que prejudicam outros?
Ele questiona se a ambição de dominar e subjugar outras nações não é uma forma de injustiça que corrompe a alma do governante e desrespeita a justiça universal.
Como Platão afirma, “𝐚 injustiça, 𝐬𝐞𝐣𝐚 𝐞𝐥𝐚 𝐜𝐨𝐦𝐞𝐭𝐢𝐝𝐚 𝐩𝐨𝐫 𝐮𝐦 indivíduo 𝐨𝐮 𝐩𝐨𝐫 𝐮𝐦 𝐄𝐬𝐭𝐚𝐝𝐨, 𝐚𝐜𝐚𝐛𝐚 𝐩𝐨𝐫 𝐝𝐞𝐬𝐭𝐫𝐮𝐢𝐫 𝐭𝐚𝐧𝐭𝐨 𝐨 𝐢𝐧𝐢𝐦𝐢𝐠𝐨 𝐪𝐮𝐚𝐧𝐭𝐨 𝐨 próprio 𝐢𝐧𝐣𝐮𝐬𝐭𝐨” (𝐀 República, 𝐋𝐢𝐯𝐫𝐨 𝐕𝐈𝐈𝐈).
Para Platão, a verdadeira virtude reside na justiça, que deve prevalecer acima do desejo de poder a qualquer custo. Assim, a agressão e a violação da soberania de outros países representam uma degradação moral que, no fundo, prejudica a própria alma da nação agressora.

Outros grandes pensadores também alertaram contra os perigos da injustiça e da falsa moralidade na busca por poder.

Essas ações, condenadas por pensadores como Immanuel Kant, revelam uma hipocrisia: 𝐀 𝐦𝐨𝐫𝐚𝐥𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐞𝐱𝐢𝐠𝐞 𝐪𝐮𝐞 𝐨𝐬 𝐄𝐬𝐭𝐚𝐝𝐨𝐬 𝐚𝐣𝐚𝐦 𝐝𝐞 𝐚𝐜𝐨𝐫𝐝𝐨 𝐜𝐨𝐦 princípios 𝐮𝐧𝐢𝐯𝐞𝐫𝐬𝐚𝐢𝐬, não 𝐚𝐩𝐞𝐧𝐚𝐬 𝐜𝐨𝐦 𝐢𝐧𝐭𝐞𝐫𝐞𝐬𝐬𝐞𝐬 momentâneos 𝐝𝐞 𝐩𝐨𝐝𝐞𝐫 𝐨𝐮 𝐫𝐢𝐪𝐮𝐞𝐳𝐚.” Kant defendia que a verdadeira força de uma nação está na sua moralidade e respeito à soberania alheia, e não na sua capacidade de impor injustamente sua vontade.

Na era contemporânea, especialmente a partir do início do século XXI, vemos como práticas de intervenção militar, manipulação econômica e operações de inteligência frequentemente violam a soberania de outros países sob a falsa premissa de promover a democracia ou a estabilidade.
Pensadores como Noam Chomsky criticaram duramente essas ações, denunciando a hipocrisia de Estados que, sob o disfarce de defender valores universais, perpetuam práticas imperialistas, enriquecendo uma elite enquanto prejudicam povos inteiros. Chomsky afirma que “𝐚 𝐟𝐚𝐥𝐬𝐚 𝐦𝐨𝐫𝐚𝐥𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 é 𝐮𝐬𝐚𝐝𝐚 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐣𝐮𝐬𝐭𝐢𝐟𝐢𝐜𝐚𝐭𝐢𝐯𝐚 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐚 interveção 𝐞 𝐚 exploração, 𝐦𝐚𝐬𝐜𝐚𝐫𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐢𝐧𝐭𝐞𝐫𝐞𝐬𝐬𝐞𝐬 econômicos 𝐞 políticos 𝐩𝐨𝐫 trás 𝐝𝐞 𝐝𝐢𝐬𝐜𝐮𝐫𝐬𝐨𝐬 𝐝𝐞 civilização 𝐞 𝐝𝐢𝐫𝐞𝐢𝐭𝐨𝐬 𝐡𝐮𝐦𝐚𝐧𝐨𝐬.”

Assim, é fundamental reafirmar que a verdadeira moralidade exige o respeito à soberania de cada país e a rejeição de práticas injustas que visam apenas consolidar privilégios de poucos. Como bem disse Mahatma Gandhi,

“𝐚 𝐯𝐞𝐫𝐝𝐚𝐝𝐞𝐢𝐫𝐚 força 𝐝𝐞 𝐮𝐦 𝐩𝐨𝐯𝐨 𝐫𝐞𝐬𝐢𝐝𝐞 𝐧𝐚 𝐬𝐮𝐚 𝐜𝐚𝐩𝐚𝐜𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐝𝐞 𝐫𝐞𝐬𝐢𝐬𝐭𝐢𝐫 às injustiças 𝐬𝐞𝐦 𝐫𝐞𝐜𝐨𝐫𝐫𝐞𝐫 à violência ou à violação 𝐝𝐚 𝐬𝐨𝐛𝐞𝐫𝐚𝐧𝐢𝐚 𝐝𝐞 𝐨𝐮𝐭𝐫𝐨𝐬.”

Defender a soberania, portanto, é defender a dignidade de todas as nações e impedir que interesses egoístas e ilegítimos corrompam os princípios universais da justiça e do respeito mútuo.

Em suma, a busca por poder não deve justificar a violação da soberania de outros países.
A história e o pensamento filosófico ensinam que a justiça, a moralidade e o respeito mútuo são os verdadeiros fundamentos de uma convivência pacífica e justa entre as nações.
A condenação dessas práticas injustas – como estão fazendo agentes públicos do Brasil –  é uma responsabilidade de todos que acreditam na dignidade humana e na soberania de cada povo.

Por Guilhobel A. Camargo Gazeta de Novo

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