O deputado Arthur Lira que era uma espécie de “primeiro-ministro” do Bolsonaro, dentro do nosso presidencialismo, entra em queda forçada após iniciar briga com Alexandre Padilha, Ministro da Secretaria de Relações Institucionais.
Até os Bolsonaros com casos na justiça, – conhecidos produtores de fake News e outras ilegalidades, pegam carona na briga de Lira, para priorizar aprovação de projetos da bancada de oposição ao governo, – amargam no caminhar do “seu próprio lodo sanitário”, a hora da cadeia e do ostracismo.
Liderados por Eduardo Bolsonaro, com ajuda o Elon Musk, famoso troll da internet, levaram um caso falso para os republicanos de Trump usarem contra o Biden com a finalidade de comprometer sua reeleição.
Esse tipo de comportamento que afeta os direitos difusos da sociedade, tem seus fóruns próprios no Brasil para enfrentar “esta palhaçada BolsoMuskiana”, e não será em tribunais dos Estados Unidos que o nosso STF irá sentar e ser julgado.
Para um deserto de leis, que foi o lugar onde essa “famiglia Bolsonaro” levou milhões de brasileiros – sendo alguns até inocentes úteis – em apoiar esse Musk tentando ridicularizar a justiça brasileira, tirando o genocídio que apoiaram durante a Covid-19 está foi a pior atitude daqueles chamados de gados dos Bolsoaros.
Que tipo de brasileiro tem coragem de tratar assim a justiça de sua própria pátria?
A entrega do destino do Brasil pelo ex-presidente Bolsonaro, aos donos do “Orçamento Secreto”, – o poder legislativo – perde força ao continuar a corroer a clausula pétrea da constituição que diz:
“Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.
As duas casas legislativas ao acelerarem a velocidade – com um pacote da vilania do Congresso contra STF e o governo executivo federal, – recebem contra ataques de Lula que liberou 2,4 bilhões de verbas de emendas parlamentares, à adversários de Lira.
Os 2,4 bilhões já liberados, com gerenciamento do ministro Padilha, pivô da briga de Lira, estão sendo destinados aos deputados que devem ajudar Antonio Brito (PCB da Bahia) chegar a presidência da Câmara.
Com essa jogada Lula está enfraquecendo o pré-candidato indicado do Arthur Lira, o deputado Elmar Nascimento (União Brasil- BA).
Estes dois mais fortes candidatos para assumir a presidência da câmara federal são da Bahia, o que mostra a força da capital brasileira dos afrodescendente, uma vez que estão “recebendo as bênçãos” de mais de 400 orixás existentes na mitologia iorubá.
Lula escolheu bem o Alexandre Padilha porque sendo ele um médico infectologista pela USP, PHD em Saúde Pública pela UNICAMP e professor universitário, saberá dosar bem o remédio “Emendas Parlamentares” (do Laboratório Tesouro Público Não Ltda) para acabar com a doença que pode contaminar o governo.
Mais alguns bilhões de liberações de emendas, além dos 2,4 bilhões já iniciada a distribuição, tentarão comprar votos para evitar a aprovação da “pauta bomba da oposição” e eleger um presidente da câmara que frequente os corredores do Palácio do Planalto.
Esses recursos entregues pela SRI, com comando do ministro Padilha, aos deputados são endereçados para estes usarem em suas bases eleitorais.
O valor dentro do orçamento para emendas parlamentares, que era em 2016 de R$.7 bilhões, cresceu muito com o governo Bolsonaro que entregou ao Lira, para chegar agora em 2024, a R$.50 bilhões. Basicamente o aumento dessas várias outras emendas e suas rubricas, vieram para compensar a exclusão das “emendas do relator” apelidadas de “orçamento secreto”.
Não é correto para o bem do cofre público, o congresso nacional administrar parte tão significativa do orçamento da união, porque esta pratica contamina a democracia levando a instabilidade e déficit fiscal.
Ainda mais que quem tem a responsabilidade de fazer a gestão, é o poder executivo que será o responsabilizado se não fizer uma gestão correta de sua aplicação.
Um deputado ao destinar verbas – mesmo que chamadas de emendas parlamentares – a um prefeito amigo, ele não responderá pela má aplicação desta verba, quem responderá será o prefeito seu cabo eleitoral que usou a verba.
Também responderá o governo federal, mesmo que seja só nas urnas em próximas eleições. O déficit que essas distribuições – para qualquer destino, pois não foi feito um estudo da sua aplicação causam, – impacta não só a economia brasileira, mas também no poder de consumo da população. Atingem também o desenvolvimento da economia porque até investidores deixam de fazer empreendimento tendo em vista a insegurança econômica.
Embora o Brasil destine nove (9) vezes mais verbas de emendas parlamentares, para os deputados e senadores que os EUA, essa pratica que é uma “úlcera para o ‘tecido’ democrático”, são milhões de vezes melhor que uma ditadura.
Nesta toada também, o legislativo está aprovando mais uma “PEC do quinquênios” para a cúpula do funcionalismo (um, penduricalho que aumenta 5% o ganho de ministros do STJ, STF, desembarcadores juízes e membros dos Tribunais de Contas já aprovada ontem na CCJ e vai para o plenário do senado ) que custará mais de R$.42 bilhões por ano.
Uma pauta bomba, não só para o controle fiscal do governo federal, porque ela também se estenderá depois para os estados e municípios. Tudo para turbinar salários à juízes que já recebem bastante em comparação com os demais agentes públicos, quando professores fazem greves para terem um salário justo.
Com mais este aumento, nós os meros brasileiros, teremos que trabalhar mais horas por ano, pois é mais um tsunami fiscal contra o cofre público.
O que está acontecendo é:
o poder judiciário e o poder executivo estão usando o poder legislativo, atual desafeto dos dois outros poderes, para seus próprios benefícios. Um deles nas emendas parlamentares e o outro com mais benesses da PEC dos quinquênios á juízes!
Esta é uma das “belezas da democracia”, o melhor regime político de governo entre os piores regimes de governos que existem.
Os casos que podemos destacar e que – voltaram para pautar maldades urgentes da cãmara e do senado – começaram depois do atrito de Arthur Lira com ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
O próprio Lira avisou que vai priorizar projetos da oposição.
Eles são:
- PEC das drogas:
texto que criminaliza qualquer quantidade de maconha, já aprovada no Senado (por 52 a 9), deixa ao policial decidir no seu BO, se o preso é traficante ou consumidor! É dado como certo que terá caminho fácil na Câmara . E o senado aprovou correndo na noite da terça feira (16) quando o STF já está no meio do julgamento, deste mesmo tema, com placar de 3 a 2 para descriminalizar com base em quantidade. A câmara antecipou de propósito esta votação e não por menos que o Ministro Alexandre de Moraes, aproveitou a deixa, foi dar uma volta ontem (17) no plenário da Câmara federal e no gabinete do Pacheco, para dialogar sobre as ameaças de impeachment.
- Lei penal das saidinhas: que irá criar revolta, até com mortes, em todas as penitenciárias do pais
- Fórum privilegiado:
Lira quer formar urgente um Grupo de Trabalho sobre o fórum privilegiado, com encomenda de atender o ocaso de Chiquinho Brazão, que interessa ao Jair Messias Bolsonaro.
- Marco temporal:
Lira defende ‘saídas práticas’ para reforma agrária e marco temporal e que projetos “periféricos” não serão suficientes para acabar com conflitos agrários. Na verdade ele quer atingir o movimento dos Sem Terra que estão na base do governo Lula.
- Sobre decisão monocrática no STF: A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/20 determina que as decisões liminares em ações diretas de inconstitucionalidade (ADIs) ocorram somente pela maioria absoluta (6 ministros) dos membros do Supremo Tribunal Federal (STF), proibindo as decisões monocráticas (tomadas por um único ministro).
- PEC da blindagem:
a que dá mais benefícios para os membros do Congresso se safarem. Terão privilégios que o povo não tem, quando investigados por crimes
- Sem Terras: Lira avisa que vai priorizar pauta de costumes e pacote que pune invasões.
Presidente da Câmara já anda falando em acordo para criar 5 CPIs e um grupo de trabalho, para propor uma PEC de reação a operações judiciais contra parlamentares. Uma das CPI será para investigar o Poder Judiciário.
E outra ameaça é destravar demandas da oposição ao governo Lula, tanto que é que Lira já chamou as oposições, na semana passada, e mandou listarem quais são a propostas que mais prejudicarão o poder executivo.
Lira está em fim de mandato e ficou mais agressivo, sabe que se não eleger seu sucessor virará um zumbi nos corredores da Câmara Federal, assim como o Rodrigo Maia que desapareceu do cenário federal.
No senado o presidente que é mais contido, também faz das suas para atender seus apoiadores em MG, onde será candidato a governador em 2026.
Por Guilhobel A. Camargo – Gazeta de Novo
Uma resposta
Seu artigo mostra, mais uma vez, todas as dificuldades enfrentadas pelo governo nessa luta de forças com a oposição. Os políticos bolsonaristas que, infelizmente, se mantém no poder, são muitos e fazem tudo que podem para prejudicar as ações governistas.