Um dos maiores erros dos EUA no século XXI foi não ter cumprido o acordo de que a OTAN não se expandiria, além da Alemanha, em direção ao oriente. O Pacto de Varsóvia, que havia sido criado em 1955 e era uma união da URSS com outros sete países do Leste Europeu, teve seu fim com a queda do Muro de Berlim e a dissolução completa da União Soviética. Mas os EUA, rompendo o acordo, avançaram para próximo das fronteiras da atual Rússia, inclusive seduzindo e trazendo para dentro da OTAN antigos aliados da Rússia. Putin, atento a esses movimentos, passou a aumentar o poderio bélico da Rússia como proteção ao avanço da OTAN em seu antigo quintal. Os EUA, usando a OTAN, sabiam que a Rússia iria resistir prontamente a essa aproximação, junto às suas divisas, de forma que o resultado foi ter criado o caos com a guerra que hoje assistimos. Só que desse caos, que esperavam ter ganhos econômicos e maior poder, entrando no coração da antiga URSS, – quando acreditavam também fortalecer seu domínio mundial – encontraram uma Rússia que, além de se proteger, revidou forte em cima da Ucrânia.
O que não contavam ao mundo – e hoje 25.02.2024 matéria do N.Y. Times revela, que foi os EUA, usando a CIA (Clique para ler a matéria do NYTIMES ) , que tramaram colocar o Vladimir Zelensky no poder. Usaram não só o apoio direto de oligarcas, como os grupos nacionalistas neonazistas na Ucrânia, que desde os anos 40 sempre estiveram presentes em diferentes esferas do poder ucraniano.
Esse erro do Tio Sam permitiu que a Rússia fortalecesse seus laços com a China, com a Coreia do Norte e com o Irã, tradicionais adversários dos EUA.
Os EUA com a guerra causada pretendiam inibir boa parte do orçamento da Rússia fruto do petróleo que passa pelos antigos gasodutos e oleodutos soviéticos, gás e petróleo, que cruza a Ucrânia, para fornecer a Europa vindos da Rússia.
Tanto é um fato verdadeiro, que no ano passado, os EUA aumentaram a compra de petróleo da Venezuela – mesmo com os embargos que eles próprio criaram – para fechar o contrato de US$31 trilhões de dólares de fornecer, até 2035, petróleo e gás para Alemanha.
Por sua vez a Ucrânia, além de se beneficiar da distribuição dos royalties do petróleo russo, vendia seus produtos agrícolas, para a Rússia. Então não fazia sentido cortar laços com a Rússia assim como não faz sentido cortar os laços com a União Europeia também compradora de sua safra de grãos.
Zelenski para pagar o compromisso de seus financiadores e apoiadores, levou o seu país ao desastre do qual precisará de um século para se recuperar. Quem não enxergar este quadro está abduzido, pelas agências de notícias a serviço dos EUA, da Inglaterra e donos de um mundo que começa a desmoronar.
Conhecendo este quadro e sendo cúmplice dele, a União Europeia já começa a reduzir consideravelmente a ajuda à Ucrânia. Essa semana, que passou, já declarou que não mais enviará os um (1) milhão de drones que havia prometido a Zelensky.
Alguns dos países europeus já estão trocando a direção do dinheiro que mandavam à Ucrânia, para com ele reforçar suas próprias forças armadas. A Inglaterra que em 2023 tinha enviado US$12 bilhões de dólares, para a Ucrânia, este ano só enviou US$43 milhões.
O próprio governo Biden, que embora tenha apoio do congresso, para continuar mandando dinheiro e armas para a Zelensky, conheceu esta semana uma pesquisa que indica que mais de 50% do povo não concorda com essas remessas.
Trump que lidera as pesquisas para as eleições, já disse que não fornecerá dinheiro para a Ucrânia. Em sinal que estes fatos são reais, e estão preocupando a Ucrânia, que Zelensky faz peregrinação pela África e alguns países da Ásia para tentar recursos, e sobreviver na guerra que está perdendo.
Ontem 24 de fevereiro completaram-se exatos 2 anos do começo dos conflitos e o saldo é de 500.000 mortos, sendo 310 mil soldados russos, 180 mil soldados ucranianos e 10 mil civis mortos (dados estimados pois nenhum dos lados fornece os números verdadeiros). A população da Rússia é de 143,4 milhões e da Ucrânia é de 43,7 milhões e em número já dá para perceber que sobram 100 milhões de russos e um poder bélico que deve passar 1.000 vezes o da Ucrânia.
Sem os EUA mandando dinheiro e armas com um possível governo republicano, o que fará a Ucrânia?
Sem a União Europeia que está reduzindo as remessas de armas e valores, o que fará a Ucrânia?
Sem a OTAN aprovar a entrada da Ucrânia em seu quadro onde “atacou um, atacou a todos”, o que fará a Ucrânia?
Com Putin já registrado como candidato favorito para a eleição presidencial que será entre 15 e 17 de março próximo, o que fará a Ucrânia?
São perguntas cuja resposta todos nós conhecemos.
E finalmente Putin não irá parar de avançar e mais cedo ou mais tarde dominará Kiev. A Kiev que foi fundada no século VI, que tornou-se no ano de 882 capital do poderoso principado de Kiev-Rus que foi o embrião do futuro Estado Russo.
Não custa lembrar alguns desastres de guerras que os EUA já começaram e que tiveram de abandonar por derrota.
Em uma nova forma de fazer guerra, eles pioraram muito, passaram a transferir a guerra para outros países, pois hoje eles começam nos porões escuros do mundo das finanças, financiam e endividam os países que ficam na linha de frente.
Os EUA executaram pelo menos 81 intervenções conhecidas e encobertas em eleições estrangeiras, conflitos, revoluções e guerras durante o período de 1946 até o ano de 2000.
Só no século XXI:
- Guerra no Afeganistão (2001)
- Guerra no Iraque (2003) …
- Guerra na Síria (2011) …
- Guerra no Sudão (2013) …
- Guerra na Líbia (2014) …
- Guerra no Iêmen (2014) …
- Guerra na Palestina (2021)
° Guerra na Ucrânia com a OTAN (2022)
Todas em busca da hegemonia política e econômica do mundo, que hoje divide com a China 47% do PIB mundial, cujo total é de 100 trilhões de dólares.
E sobre eles retornarem para casa só, irei lembrar três casos das dezenas que criaram e participaram, para demonstrar que podem estar começando a abandonar a Ucrânia.
Em 1961 os ianques por ordem de J.F. Kennedy autorizaram a invasão na Praia de Giron, na Baía dos Porcos em Cuba. Os sobreviventes da Brigada 2.506 dos EUA foram libertados após intensas negociações só no Natal de 1962, um ano e meio depois da vergonhosa derrota na Baía dos Porcos.
Em 1973 o presidente Richard Nixon autorizou o retorno das tropas norte-americanas para casa, saíram do Vietnã com o “rabinho entre as pernas”. Essa guerra causou a morte de cerca de quatro milhões de pessoas, sendo metade dessas mortes de civis.
Em 2021 Biden admitiu que o país cometeu erros no Afeganistão e determina a retirada de tropas americanas do país, também com “rabinho entre as pernas”. Os EUA gastaram 2 trilhões de dólares e 174.000 pessoas morreram na guerra no Afeganistão, entre elas, cerca de 47.245 eram civis.
Se até o N.Y. Times, de hoje (25.02.2025) denúncia que o Tio Sam usou a CIA, mesmo antes de Zelensky ser eleito é sinal que os ianques estão a um passo de sair fora em serem financiadores do Zelensky, que eles próprios colocaram no poder.
Por Guilhobel A. Camargo – Gazeta de Novo
Uma resposta
Os EUA não tem limites para ir em busca do poder econômico… fabricam guerras, aonde dizem investir em um dos lados, com o interesse de vender armamentos. As vidas perdidas pouco importam… o que importa é o poder… sem esquecer que a grande indústria bélica americana é de propriedade de judeus!