Moro, o traidor do Brasil, do Paraná e do amigo Álvaro Dias.
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Se Moro usou recursos lícitos ou não, pouco importou para o caso de sua não cassação de mandato, como ficou decidido ontem pelo TSE ao manter Moro como senador por 7 x 0. Se a lei não prevê quais gastos são permitidos em uma pré-campanha, gastos que devem ser somados aos da campanha, de nada valeu para o sucesso da representação judicial do PT e PL, o fato é que: Moro disputou com uma vantagem de exposição gigante diante de seus outros adversários – para a única vaga ao senado, não só pelos valores maiores que utilizou, – mas também pelo efeito de propaganda devido à maior importância dada a um candidato à presidência da república em comparação a um candidato ao senado.
Como seria o gasto permitido em uma campanha para o senado se este candidato desistisse para se candidatar a deputado federal? Em uma esfera menor, como seria Moro ter sido candidato a prefeito de Curitiba, gastando o dinheiro público permitido pelo teto para a campanha de prefeitos e, em determinado momento, decidir desistir para se candidatar a vereador da cidade?
O montante gasto por Moro teve um grande impacto em sua vantagem em detrimento da igualdade que deveria existir entre os candidatos. Não se trata apenas do prejuízo do gasto do dinheiro público, mas sim de ter criado uma vantagem para si diante dos demais candidatos. O simples fato de ter sido candidato por vários meses à presidência da república e, posteriormente, decidir se candidatar ao senado, – onde já começou com uma vantagem em uma candidatura – foi também o que o levou ao senado mesmo sem considerar o dinheiro que gastou de forma desleal, a mais, que seus concorrentes a vaga de senador.
Moro usou, de forma imoral, o dinheiro público como um trampolim para angariar a simpatia de eleitores de outros partidos e, posteriormente, mudou de partido e de pretensão política. Iludiu os eleitores a seu favor pelo maior uso de dinheiro e pela grande exposição na mídia devido ao cargo que inicialmente abraçou. Além disso, participou de entrevistas, pesquisas, e teve matérias publicadas em sua defesa em diversas mídias, em um cargo que desejava que tem grande relevância. Utilizou de forma mercantilizada o que seus futuros adversários ao senado não tiveram acesso, por não terem tamanha exposição. Houve abusos no uso do dinheiro e recursos públicos, com volumes extraordinários, mais de 1 milhão de reais para 4 meses de trabalho, em apenas um escritório de advocacia do qual era sócio e seu suplente eleito ao senado também dono da empresa contratada, entre outros gastos.
Isso é muito claro e suspeito quanto ao uso dos recursos, apesar da lei não fornecer parâmetros entre pré-campanha e o valor que seria permitido somar na campanha. Este não foi o único recurso público usado com abuso em uma pré-campanha em prol de sua candidatura. Moro fez viagens pelo Brasil na tentativa de se tornar presidente e, posteriormente, candidato por São Paulo, para então voltar ao seu estado, sem precisar visitar sequer 15% dos 399 municípios do estado, e mesmo assim ganhar a campanha ao senado.
A disputa não foi equânime diante de seus adversários, tudo que Moro fez foi ganhar vantagens para ser eleito. Ele fez acordos e promessas no Paraná que lhe deram apoiadores de grande influência, quando se candidatou à presidência. Depois mudou seu projeto para o senado em seu próprio benefício, quando percebeu que não teria chances de se tornar presidente.
Foi como se um cavalo em uma corrida de 1000 metros tivesse começado a corrida a partir dos 700 metros, enquanto os demais cavalos ainda estavam partindo do ponto natural de partida, o partidor.
Sem falar na falta de caráter ao usar todo o prestígio que o ex-senador Álvaro Dias lhe deu, senador que certamente seria reeleito em 2022.
Moro então muda de partido e vem ao Paraná trair seu padrinho, conquistando os votos que Álvaro Dias havia angariado para a mesma eleição embora em outro cargo, o cargo do seu ´padrinho.
O que Álvaro Dias poderia fazer depois de ajudar um conterrâneo de Maringá, – cidade adotada pela família Dias – pedindo votos para Moro, e durante a caminhada descobrir que tinha um canalha que tentaria roubar seu próprio cargo roubando seus votos.
Para essa traição não tem tribunal no universo que dê razão ao ex-juiz Moro.
Mesmo sabendo que um tribunal não deve julgar amigo ou inimigo, pois deve vendar os olhos, como a Themis a deusa da justiça, um indivíduo virtuoso jamais aceitaria disputar com um amigo em um caso com este histórico, pois dele recebeu ajuda.
Enfim o advogado suplente de senador de Moro deveria doar para sua própria campanha, no lugar de cobrar mais de um milhão do fundo eleitoral, dinheiro de origem do povo.
E Zé Dirceu mesmo que com razão a seu favor, volta a ter direitos políticos, o STF – fazendo isto acontecer no mesmo dia 21 – que o TSE agraciaria Moro, deixou marcas que manipulou para aliviar as críticas que recebe, que tem recebido e deixando feliz a esquerda e a direita no mesmo dia. No mesmo dia que Moro é liberado pelo TSE, para continuar com seu mandato de senador conseguido por ter ganho fama no caso Lava Jato, – de agir quanto juiz visando ganhar visibilidade para ser indicado em vaga no STF ou na política – ele, Moro, é acusado no texto da sentença que liberou Zé Dirceu, de ter feito conluio com o Ministério Público para condenar Zé Dirceu e Lula pela Lava Jato e com isso obter os benefícios que hoje conhecemos mais uma vez quais eram.
O que fizeram neste dia 21, – além de criar um terceiro prato na balança das leis – foi o que todos os ministros da corte TSE e STF têm dito ” temos que pacificar o país “. No entanto este não é o papel da justiça esse é o papel de pais para com seus filhos e de professores para com os seus alunos.
Em resumo o Congresso não tendo criado, na lei eleitoral, um artigo que regulasse os limites dos valores de pré-campanha que se somarão aos da campanha, deixou este vazio para a justiça legislar em “causa não própria”. O TSE agiu politicamente atendendo o Senado Federal e o poder Executivo, para Moro permanecer senador e ao mesmo tempo e no mesmo dia STF, TSE usaram o martelo “desmartelando” para pacificar a direita e a esquerda em uma paz temporária.
Você poderia dizer: o verbo “desmartelar” não existe, mas o que fizeram para livrar Moro e Zé Dirceu – no mesmo dia – e TSE e STF agradar a esquerda e a direita, para ter um pouco de paz, também não deviria existir.
A partir de hoje e já nas eleições do final deste ano, 5.565 municípios poderão ter candidatos a vereador que meses antes – usando a jurisprudência formada pelo TSE – que serão candidatos a prefeitos gastando o que quiserem na pré-campanha e depois no prazo limite de registrarem as chapas que concorrerão irão: desistir da candidatura a prefeito e migrarão para a campanha de vereador.
Efeitos da decisão do TSE, atingem todas as pessoas que estejam submetidas a igual ordenamento jurídico.
O poder judiciário ao permitir que Moro continue senador: o ex Juiz Moro, ex Ministro da Justiça Moro, ex candidato a Ministro do STF Moro, ex candidato a presidente Moro, ex candidato a senador por São Paulo Moro, e candidato a senador pela Paraná, seu caso criou com o efeito “erga omnes” que agora vale para todos os brasileiros.
Moro integrou-se no sistema para obter proteção, sua jogada rasteira funcionou. Os iguais sempre se protegem e junto, os 7 ministros do TSE, fizeram a Deusa Themis virar um canguru. Que não esqueçam os ministros do TSE e STF, logo mais, também liberarem o Bolsonaro dos seus crimes, afinal também não existe uma lei especifica – para ficar inelegível um presidente – que alega ter apenas observado seus subalternos conspirarem contra a democracia.
E aqui vai uma sugestão ao ex governador Roberto Requião: que estando em um partido minúsculo que saia como candidato a prefeito de Curitiba, fale na campanha mais em leis que mandará para a Câmara Municipal aprovar, se não vingar seu nome na pré-campanha, desista dela e saia como candidato a vereador por Curitiba. Uma vez vereador faça as leis que prometeu vingarem para o bem da cidade. Não há nenhum demérito em ser vereador da capital do Paraná, seu pai foi vereador de Curitiba, e ainda poderá melhorar, com sua experiência, a qualidade daquela casa de leis que a muito tempo é refém do poder executivo.
“E viva o jeitinho brasileiro”.
Por Guilhobel A. Camargo – Gazeta de Novo
Uma resposta
Infelizmente, viva o jeitinho brasileiro!!!!!