
De 3 a 20 de julho, o público curitibano poderá reencontrar “Aos Companheiros de Estrada” no palco do Miniauditório do Centro Cultural Teatro Guaíra. A nova temporada do espetáculo reúne poesia, teatro físico e uma profunda conexão com a literatura brasileira. O espetáculo ainda oferece sessões com intérpretes de Libras nos dias 12, 13, 19 e 20 de julho e oficinas para comunidade nos dias 09 e 16 (quartas-feiras).
A montagem, que teve sua estreia em 2023, nasce da parceria entre o diretor amazonense Victor Lucas Oliver e a atriz e dramaturga Camila Ferrão, fruto da pesquisa realizada durante o curso “Estado de Ser do Ator”, do LUME Teatro.
“Eu tinha um texto e o Victor uma grande vontade de fazer acontecer”, conta Camila Ferrão, que também assina a dramaturgia. A inspiração para a peça veio da vivência da atriz em uma caminhada de 189 km pelos “Caminhos do Sertão”, trajeto que refaz os passos do personagem Riobaldo, de “Grande Sertão: Veredas” (1956), de Guimarães Rosa. A experiência deu origem a uma dramaturgia autoficcional, que mistura memórias, travessias e a geografia simbólica do sertão.
Com duração de 60 minutos, o espetáculo propõe uma jornada sensorial ao público, guiada por uma viajante que compartilha sua trajetória por paisagens internas e externas. A palavra e o corpo em cena se tornam ferramentas para convidar a plateia a caminhar, metaforicamente, sobre um solo que é ao mesmo tempo chão e encenação, memória e presente. A narrativa propõe a experiência de “entrar e experimentar o livro”, como define a própria atriz.
Nesta nova temporada, o espetáculo “Aos Companheiros de Estrada” propõe uma travessia ainda mais urgente e sensível. A encenação amplia seu percurso: além de explorar as paisagens internas e externas de uma viajante que narra sua jornada, o espetáculo evoca a delicada e crítica situação do Cerrado Mineiro, sua estiagem, o envenenamento dos rios, as queimadas e a depredação crescente.
A palavra e o corpo continuam sendo ferramentas essenciais em cena, mas agora se expandem em direção a um grito coletivo pela preservação da vida. O chão da cena torna-se solo sagrado e ameaçado, e a narrativa convida o público não apenas a imaginar, mas a se responsabilizar. Através da união entre dança, poesia, música, artes visuais e literatura, o espetáculo transforma o palco em território de alerta, resistência e reinvenção.
Serviço:
Apresentações: 3 a 6 de julho; 10 a 13 de julho; e 17 a 20 de julho (quinta-feira a domingo)
Quinta a sábado às 20h
Domingo às 19h
Sessões com intérprete de Libras: 12, 13, 19 e 20 de julho
Local: Auditório Glauco Flores de Sá Brito (Miniauditório do Teatro Guaíra) – Rua Amintas de Barros, 70, Centro – Curitiba
Tempo de duração do espetáculo: 1 hora
Classificação: Livre
Ingressos: entrada gratuita – retirada do ingresso 1 hora antes do evento
Oficinas
Corpo-escrita: Criação e dramaturgia
Quando: 9 de julho de 2025 (quarta-feira)
Horário: Das 19h às 22h30
Local: Miniauditório – Glauco Flores de Sá Brito
Carga Horária: 3h30
Criação de solos a partir de teatro gestual
Quando: 16 de julho de 2025 (quarta-feira)
Horário: Das 19h às 22h30
Local: Miniauditório – Glauco Flores de Sá Brito
Carga Horária: 3h30
Via AEN