Segundo a OCCRP – Organized Crime and Corruption Reporting Project, o cultivo da coca, chegou em territórios da Américas Central e do Norte.
Vivemos em uma era em que o consumo de drogas atinge proporções alarmantes, com números que revelam a gravidade da situação. Um estudo recente divulgado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) coloca o Brasil (com 20% do consumo mundial) como o segundo maior consumidor mundial de cocaína, seguindo o número um, os Estados Unidos (com 31% do consumo mundial).
Os dados impressionantes mostram que no Brasil, 5,6 milhões de adultos e 442 mil adolescentes, entre 14 e 17 anos, admitiram ter consumido cocaína e seus derivados, como crack, óxi e merla.
Essa constatação nos coloca diante de uma realidade crítica, exigindo uma reflexão profunda sobre as causas e consequências desse fenômeno. Esses números não apenas refletem uma crise de saúde pública, mas também apontam para a urgência de ações coordenadas em escala global.
A expansão do mercado ilegal de drogas é outro ponto de grande preocupação, conforme tem sido discutido em entrevistas com especialistas sobre a nova ordem mundial do narcotráfico.
Países da América Central e do Norte, como Guatemala, Honduras e México, agora figuram como protagonistas nesse cenário de plantio. O aumento do cultivo de folha de coca nessas regiões antes destinadas apenas à rota do tráfico revela uma complexidade que exige uma resposta internacional.
A conexão entre o narcotráfico e questões políticas é um aspecto muitas vezes negligenciado. Democracias representativas em alguns países andinos e da América Central tornaram-se veículos para a consolidação do mercado de drogas ilícitas.
A falta de desenvolvimento social e a necessidade de financiamento para combater o tráfico, levaram a uma perigosa associação entre o poder político e o narcotráfico, revelando as profundezas da crise.
A política de guerra às drogas, principalmente influenciada pelos Estados Unidos, tem se mostrado inadequada para resolver o problema. O fracasso dessa abordagem é evidente nas consequências corriqueiras, como o surgimento de grupos paramilitares e o envolvimento de agentes de segurança nas teias do narcotráfico.
É fundamental repensar estratégias e buscar soluções que vão além da repressão, considerando fatores sociais, econômicos e políticos.
No Brasil, aumentou o consumo – mesmo que um relatório divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc), – tendo destacado a relevância do Brasil nas apreensões de maconha e cocaína. Além disso, a pandemia intensificou o consumo de drogas em diversos países, aumentando os riscos à saúde pública.
Frente a essa realidade complexa, é crucial que as nações se unam para enfrentar o desafio do consumo de drogas. A governança global, a educação pública, o tratamento e a prevenção devem ser pilares fundamentais de uma abordagem abrangente. A conscientização pública é a primeira linha de defesa, seguida por medidas que abordem as raízes sociais e econômicas do problema.
É inegável que o consumo excessivo de drogas acarreta consequências devastadoras, não apenas para os indivíduos envolvidos, mas também para a sociedade como um todo. Os impactos se estendem desde os problemas de saúde pública até as questões sociais e econômicas, demandando uma resposta efetiva e global.
Ao observarmos as raízes desse problema, percebemos a importância de abordar não apenas a oferta, mas também a demanda por substâncias entorpecentes. É fundamental entender os fatores sociais, econômicos e culturais que contribuem para o aumento do consumo, bem como desenvolver estratégias de prevenção e tratamento que sejam abrangentes e acessíveis a todos.
A cooperação internacional é essencial nesse contexto. Os países precisam unir forças para compartilhar melhores práticas, promover a educação sobre os riscos do consumo de drogas e fortalecer os mecanismos de controle e fiscalização. Além disso, é crucial investir em programas de tratamento e reabilitação, visando proporcionar uma saída digna para aqueles que lutam contra a dependência química.
O Brasil, ocupando o segundo lugar nesse triste ranking, tem a responsabilidade de liderar iniciativas regionais e globais para combater o problema do consumo de drogas. Devemos mobilizar esforços para construir uma sociedade mais consciente e resistente aos apelos do tráfico, investindo em políticas públicas que abordem as causas subjacentes desse fenômeno.
Esta não é apenas uma questão local, mas sim uma problemática que afeta a humanidade como um todo.
É imperativo que as nações colaborem, compartilhem conhecimentos e implementem estratégias eficazes para combater o crescimento do consumo de drogas em escala global.
Ao lançar luz sobre essa triste realidade, somos chamados a agir. A conscientização, aliada à ação coordenada, é a chave para superarmos esse desafio. Em um mundo interconectado, a responsabilidade de cada nação se estende além de suas fronteiras, e juntos, podemos construir um futuro mais saudável e livre dos malefícios causados pelo consumo desenfreado de drogas.
Por Guilhobel A. Camargo – Gazeta de Novo
Uma resposta
Tenho pesquisado muito os países que descrimilizaram o uso de drogas e a mesma é adquirida como a bebida e o fumo. Considero a bebida a mais destruidora das drogas e crianças compram livremente nos botecos das vilas. Seria uma forma de diminuir muito o tráfico, não acabaria, porém não interessaria mais aos cartéis do crime!!!!