No dia da Independência, Jango assumia a presidência da República para propor ao país as reformas de base.
Reforma agrária verdadeira, não um arremedo de distribuição fundiária de terras públicas; reforma universitária com os maiores educadores brasileiros, Paulo Freire, Darcy Ribeiro e Anísio Teixeira, para dar à Universidade Pública uma dialética mais responsável dos formandos sobre os princípios básicos da Nação, soberania, independência econômica e justiça social; a reforma bancária, para que a distribuição do crédito nacional não virasse apoio somente ao desenvolvimento de grandes empresas, conglomerados nacionais ou principalmente o financiamento a multinacionais; a reforma urbana, foi proposta para que aqueles menos favorecidos tivessem acesso a uma moradia justa e digna, combatendo desta maneira a especulação imobiliária que proprietários de grandes números de imóveis urbanos não controlassem mediante o mercado os preços dos aluguéis; a reforma eleitoral ampla, de forma a que os currais eleitorais fossem definitivamente expulsos de nossa legislação eleitoral, fortalecimento dos partidos políticos, de forma que o população entendesse que que a luta coletiva e de princípios programáticos fosse mais importante que as promessas vagas dos candidatos com projetos próprios.
Além de outras reformas, o presidente João Goulart, nacionalizou as refinarias privadas de petróleo, e concedeu o monopólio da extração e do refino somente à nossa PETROBRAS.
Sancionou a lei de remessas de lucros de empresas estrangeiras, obrigando-as a deixarem parte de seus ganhos em solo brasileiro, como investimentos para gerarem mais postos de trabalho e emprego.
Jango lutou incansavelmente. Combatido pela grande mídia, foi acusado de querer obstaculizar os lucros empresariais, mas conseguiu: promulgou em seu governo a lei até hoje que mais beneficia todos os trabalhadores brasileiros: o 13º que é pago obrigatoriamente como a grande conquista de 1962.
Viabilizou a criação definitiva da ELETROBRAS, e a pôs em funcionamento.
Jango foi um estadista, que não resistiu ao golpe militar de 1964 para não derramar o sangue do povo brasileiro, em uma luta fraticida, que, com o apoio da 4ta. Frota americana do Atlântico Sul, desembarcaria na costa brasileira, no Espírito Santo, para dar apoio aos militares golpistas, que rasgaram a Constituição.
Preferiu o exílio a ter que resistir em uma defesa pelo poder.
Jango não voltou a sua terra, o Brasil, mas deixou exemplos de como se luta por uma independência real, sem titubeios, nem remoendo o passado, morrendo no exílio, longe da Pátria, sem negociar, mas caiu. Caiu pé em 1964 e se ergue hoje, na história dos heróis que souberam amor os trabalhadores brasileiros.
Veja um vídeo da posse daquele que lançou as reformas estruturais para o país, reformas estas que, até hoje, nenhum outro presidente teve a coragem de enfrentar.
Por João Vicente Goulart* , via Revista Fórum**
*João Vicente Goulart é diretor presidente do IPG – Instituto Presidente João Goulart
**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.
Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Gazeta de Novo.