Os europeus iniciaram, já no século XVI, sua influência no Brasil, até mesmo no nome da divindade Mahyra (do francês “mair”, senhora “da natureza”), que representava uma espécie de deus ou deusa da mitologia civilizadora Tupi-Guarani. Mahyra emergiu de um pé de jatobá, criou uma mulher para si (com quem teve filhos), construiu a primeira casa, cultivou a primeira plantação de milho e entregou o fogo aos homens.
Posteriormente, a Igreja Católica, em conluio com o Vaticano e D. Manoel I, rei de Portugal, estabeleceu sua presença no Brasil. Um acordo foi firmado, onde Portugal ficaria com as terras e a igreja católica, com todos os fiéis, exercendo um poder quase real sobre eles. Os padres forçaram os índios a abandonarem suas crenças nativas em favor do cristianismo, assim como ocorreu nos navios negreiros, onde todos eram obrigados a serem batizados a bordo.
Mundialmente, a imposição do cristianismo era brutal: quem não aceitava era considerado herege e assassino, sendo queimado vivo em fogueiras. Líderes da igreja, em nome de Deus, cometiam atrocidades, para depois, mediante confissões e rituais, serem novamente considerados santos.
Dessa forma, a igreja e os romanos nos converteram a adoradores do 1º de janeiro, um mês criado pelos romanos no século VIII a.C., em homenagem a Jano, um Deus romano das mudanças e tradições. Essas mudanças tiveram início no conflito contra os celtiberos, povos celtas da Europa central, e a celebração em 1º de janeiro marca a vitória de Jano sobre esses povos.
Sobre o termo “Réveillon”, do francês “réveiller”, que significa acordar, era inicialmente usado para descrever jantares longos e chiques no século XVII, tornando-se, com o tempo, sinônimo da festa de passagem de ano.
A pólvora, de origem chinesa, foi levada para a Europa, onde avanços na química a transformaram nos fogos que iluminam os céus na passagem do ano, causando tormento aos ouvidos dos nossos cães.
Contudo, a maioria mundial não comemora o ano novo em 1º de janeiro:
O ano judaico inicia em setembro, com o Rosh Hashana.
O ano islâmico, chamado Al Hijiri, varia em data e em 2023 foi em 18 de julho.
O ano novo chinês, celebrado em 2023 em 3 de fevereiro, segue o calendário lunar.
O Songkram tailandês ocorre em abril, marcando a virada astrológica.
O Ano Novo Etíope, chamado Ekutatash, é em 11 de setembro.
O ano novo indiano tem três datas diferentes, marcando momentos de purificação.
Assim, a imposição da igreja cristã, datada desde Pepino, o Breve, e reformulada na Roma de Mussolini em 1929, contrasta com as diversas datas celebradas pela maioria da população mundial.
Por Guilhobel A. Camargo – Gazeta de Novo
Uma resposta
Um ótimo artigo sobre a história do feriado que estamos vivendo!!!!